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Fronteira amazônica: Brasil tem protocolo para eventual conflito entre EUA e Venezuela, diz analista
Fronteira amazônica: Brasil tem protocolo para eventual conflito entre EUA e Venezuela, diz analista
Sputnik Brasil
Acostumado a uma série de desafios em suas fronteiras por diferentes motivos, o Brasil poderia enfrentar uma crise migratória no caso de um eventual conflito... 11.12.2025, Sputnik Brasil
2025-12-11T16:35-0300
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A Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo, contém aproximadamente 6,7 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo nove países — Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa — e alçando-a a um dos sete maiores países do mundo se existisse como tal, ultrapassando de tamanho toda a União Europeia.Cerca de 60% da Amazônia está em território brasileiro, e sua importância geopolítica, ambiental e econômica põe em destaque o país no cenário mundial. Além de conter recursos hídricos e minerais importantes para o planeta, a floresta atua como um "pulmão" para o mundo no ciclo de carbono e no ciclo de chuvas na América do Sul. Não menos importante, a tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Venezuela é assunto prioritário para prevenção de delitos, preservação do meio ambiente e soberania nacional.O episódio do Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, desta quinta-feira (11) traz três pontos fundamentais da questão humanitária envolvendo o nosso entorno estratégico:"Como as crises humanitárias impactam os países vizinhos depende […] da forma como os Estados vêem essas pessoas. Isso depende de como esses Estados entendem a questão da securitização e da militarização das fronteiras. Por que queremos fechar as fronteiras? Por que consideramos que essas pessoas são ameaças para nossos Estados? Essa é uma pergunta a se fazer sobre os imigrantes", explica Erika Sarmiento, professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), coordenadora do Laboratório de Estudos de Imigração (Labimi).Sarmiento pontua que o endurecimento de políticas anti-imigratórias e as fronteiras entre países fechadas aumentam o risco para os migrantes, que, nas palavras dela, ficam mais expostos ao tráfico humano e a outras violências. Ela cita exemplos de países com políticas de militarização, como Chile, México e EUA; e como problemas, como a xenofobia, se agravam nesses Estados. No Brasil, imigrantes vindos do Haiti e da Venezuela, por exemplo, sofrem discriminação simplesmente pela origem.Para a professora, a questão da xenofobia está conectada ao passado, e o país, antes, deve aprender a lidar com o racismo estrutural. "Compreender a nossa identidade é fundamental. O nosso passado, o nosso colonialismo, a violência que ainda persiste nas nossas sociedades. E sim, é fundamental para a gente ver o outro como alguém que é próximo a nós."Para João Carlos Jarochinski, professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), do curso de relações internacionais e do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Fronteiras (Ppgsof), a questão de países fronteiriços sempre trará impactos diretos e indiretos, como no caso de Venezuela e Brasil. "Isso sempre representa um elemento onde você tem que fazer uma dinâmica de precaução em relação a possíveis impactos, para que essa crise não transborde, ao mesmo tempo em que você também tem que assumir compromissos na dinâmica de direitos humanos, nas próprias dinâmicas humanitárias que o país tem", sublinha o professor.No conflito EUA × Venezuela, Jarochinski prevê que o Brasil já tenha planos para o acolhimento de refugiados no caso de um eventual confronto em terra, porém ainda não está certo quanto ao número de refugiados que essa crise poderia gerar, devido à capacidade de devastação de um ataque como esse e à capacidade de resistência da Venezuela. "Mas, de certa forma, o Brasil já tem protocolos, já tem parâmetros relacionados a isso, e parte desses protocolos foram desenvolvidos em outras atividades, desde treinamentos ou mesmo atividade prática que o Brasil tem desde 2018 no âmbito da operação Acolhida."
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Fronteira amazônica: Brasil tem protocolo para eventual conflito entre EUA e Venezuela, diz analista
16:35 11.12.2025 (atualizado: 19:56 11.12.2025) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
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Acostumado a uma série de desafios em suas fronteiras por diferentes motivos, o Brasil poderia enfrentar uma crise migratória no caso de um eventual conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela. Para um analista ouvido pela Sputnik, o país já teria planos e experiência suficientes para acolher esses migrantes caso as tensões escalem a esse nível.
A Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo, contém aproximadamente 6,7 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo nove países — Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa — e alçando-a a um dos sete maiores países do mundo se existisse como tal, ultrapassando de tamanho toda a União Europeia.
Cerca de 60% da Amazônia está em território brasileiro, e sua importância geopolítica, ambiental e econômica põe em destaque o país no cenário mundial. Além de conter recursos hídricos e minerais importantes para o planeta, a
floresta atua como um "pulmão" para o mundo no ciclo de carbono e no ciclo de chuvas na América do Sul. Não menos importante, a
tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Venezuela é assunto prioritário para prevenção de delitos, preservação do meio ambiente e soberania nacional.
O episódio do Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, desta quinta-feira (11) traz três pontos fundamentais da questão humanitária envolvendo o nosso entorno estratégico:
1.
A Amazônia como fronteira instável do Brasil e porta de entrada de crises humanitárias (refugiados, povos indígenas em risco, trafico de pessoas e migrantes);
2.
As instabilidades que cercam o país;
3.
O crime transnacional, como tráfico de armas, drogas e ouro.
"Como as crises humanitárias impactam os países vizinhos depende […] da forma como os Estados vêem essas pessoas. Isso depende de como esses Estados entendem a questão da securitização e da militarização das fronteiras. Por que queremos fechar as fronteiras? Por que consideramos que essas pessoas são ameaças para nossos Estados? Essa é uma pergunta a se fazer sobre os imigrantes", explica Erika Sarmiento, professora associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), coordenadora do Laboratório de Estudos de Imigração (Labimi).
Sarmiento pontua que o endurecimento de
políticas anti-imigratórias e as fronteiras entre países fechadas aumentam o risco para os migrantes, que, nas palavras dela, ficam mais expostos ao tráfico humano e a outras violências. Ela cita exemplos de países com políticas de militarização, como Chile, México e EUA; e como problemas, como a xenofobia, se agravam nesses Estados. No Brasil, imigrantes vindos do Haiti e da Venezuela, por exemplo, sofrem discriminação simplesmente pela origem.
"Então como romper com isso? Com políticas públicas e educativas para combater os males internos, esse passado que não passa, esse racismo e essa estrutura racista da nossa sociedade, que se mescla com a xenofobia e faz um caldeirão explosivo de muita violência, de muito preconceito, de discriminação a determinados grupos."
Para a professora, a
questão da xenofobia está conectada ao passado, e o país, antes, deve aprender a lidar com o racismo estrutural. "Compreender a nossa identidade é fundamental. O nosso passado, o nosso colonialismo, a violência que ainda persiste nas nossas sociedades. E sim, é fundamental para a gente ver o outro como alguém que é próximo a nós."
Para João Carlos Jarochinski, professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), do curso de relações internacionais e do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Fronteiras (Ppgsof), a questão de países fronteiriços sempre trará impactos diretos e indiretos, como no caso de Venezuela e Brasil. "Isso sempre representa um elemento onde você tem que fazer uma dinâmica de precaução em relação a possíveis impactos, para que essa crise não transborde, ao mesmo tempo em que você também tem que assumir compromissos na dinâmica de direitos humanos, nas próprias dinâmicas humanitárias que o país tem", sublinha o professor.
"E, no caso brasileiro, é importante que, quando ele tem esse papel, está muito atrelado a uma dinâmica de se pensar enquanto uma potência regional, esse líder de toda a América do Sul; mas também de pensar um ativo de política externa. O Brasil vê essa dinâmica de tentativa de estabilização, sem demandar o uso da força, como um ativo de política externa e que aumenta a sua legitimidade internacional."
No conflito EUA × Venezuela, Jarochinski prevê que o Brasil já tenha planos para o acolhimento de refugiados no caso de um eventual confronto em terra, porém ainda não está certo quanto ao número de refugiados que essa crise poderia gerar, devido à capacidade de devastação de um ataque como esse e à capacidade de resistência da Venezuela. "Mas, de certa forma, o Brasil já tem protocolos, já tem parâmetros relacionados a isso, e parte desses protocolos foram desenvolvidos em outras atividades, desde treinamentos ou mesmo atividade prática que o Brasil tem desde 2018 no âmbito da operação Acolhida."
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