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Objetos detectados pelo Webb podem ser primeiras estrelas alimentadas por matéria escura

© Getty Images / MARK GARLICK/SCIENCE PHOTO LIBRARYIlustração mostra a expansão do Universo ao longo do tempo (da parte inferior esquerda para a superior direita). A matéria surge após o Big Bang — a expansão inicial do Universo a partir de um estado extremamente compacto — ocorrido há 13,8 bilhões de anos
Ilustração mostra a expansão do Universo ao longo do tempo (da parte inferior esquerda para a superior direita). A matéria surge após o Big Bang — a expansão inicial do Universo a partir de um estado extremamente compacto — ocorrido há 13,8 bilhões de anos - Sputnik Brasil, 1920, 14.12.2025
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Cientistas identificaram três objetos que podem ser estrelas escuras — astros gigantes e luminosos alimentados por matéria escura, não por fusão nuclear. As possíveis detecções pelo Telescópio Espacial James Webb reacendem o debate sobre a formação das primeiras estrelas e dos buracos negros supermassivos.
Graças ao Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), os cientistas puderam identificar três objetos incomuns que podem ser estrelas escuras, um tipo teórico de astro que desafia a compreensão tradicional da formação estelar. Apesar do nome, essas estrelas não são escuras nem funcionam como estrelas comuns.
O termo "escuras" se refere não ao brilho, mas ao mecanismo que as alimenta: a matéria escura. Esses objetos seriam gigantescos e luminosos, mas movidos por processos diferentes da fusão nuclear, o que dificulta classificá‑los como estrelas convencionais.
A matéria escura, que compõe cerca de 27% do universo, não interage com a luz e só é detectada por seus efeitos gravitacionais. Como é formada por partículas neutras, não pode ser observada pelos métodos tradicionais usados para detectar ondas eletromagnéticas.
© Foto / HyeongHan et al/Robert LeaDe que seria feita a matéria escura?
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De que seria feita a matéria escura?
Modelos teóricos sugerem que partículas de matéria escura podem ser suas próprias antipartículas. Quando colidem, se aniquilam e liberam energia — um processo que poderia alimentar estrelas escuras, desde que a densidade de matéria escura dentro delas seja suficientemente alta.
A ideia surgiu ao questionar o modelo padrão de formação estelar, no qual nuvens de hidrogênio e hélio colapsam e iniciam fusão nuclear. Em 2008, pesquisadores propuseram que, no universo primordial, a aniquilação de matéria escura poderia aquecer esses gases e impedir o colapso imediato.
Assim, surgiriam objetos semelhantes a estrelas, mas sustentados pela energia da matéria escura. Eles poderiam viver muito mais tempo e emitir menos partículas do que estrelas comuns, se tornando candidatos interessantes para explicar observações recentes do JWST e para investigar a própria natureza da matéria escura.
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As estrelas escuras seriam objetos extremamente antigos, identificáveis pelo forte desvio para o vermelho e pela ausência de elementos pesados, já que se formariam apenas de hidrogênio e hélio primordiais. Gigantes e frias na superfície, mas muito luminosas, poderiam atingir raios de dezenas de unidades astronômicas e massas entre 10 mil e 10 milhões de sóis. Observações do Telescópio James Webb já detectaram objetos muito brilhantes e massivos que alguns cientistas sugerem serem possíveis estrelas escuras.
Seu destino, no entanto, depende da disponibilidade de matéria escura: as menores poderiam iniciar fusão nuclear e virar estrelas comuns, enquanto as supermassivas colapsariam diretamente em buracos negros, possivelmente explicando a formação precoce de buracos negros supermassivos no Universo.
A hipótese, porém, é controversa — alguns pesquisadores defendem que esses objetos podem ser apenas galáxias incomuns ou estrelas massivas formadas por acreção intensa, difíceis de distinguir com os dados atuais.
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