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Sinais iniciais de vida extraterrestre podem ser de sociedades instáveis, diz estudo

© Foto / NASA/Jay FreidlanderIlustração artística de uma civilização alienígena com tecnologia avançada em um planeta distante. As cores são exageradas para representar a crescente poluição atmosférica
Ilustração artística de uma civilização alienígena com tecnologia avançada em um planeta distante. As cores são exageradas para representar a crescente poluição atmosférica - Sputnik Brasil, 1920, 21.12.2025
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Uma hipótese proposta pelo astrônomo David Kipping sugere que o primeiro sinal de uma civilização extraterrestre provavelmente será extremo e atípico — possivelmente vindo de uma sociedade em declínio — devido aos vieses que nos fazem detectar primeiro os sinais mais intensos no cosmos.
Há décadas, a humanidade imagina como seria um primeiro contato com alienígenas, uma ideia vastamente explorada pela nossa cinematografia com cenários que vão de invasões hostis a civilizações avançadas tentando se comunicar com humanos, passando por seres benevolentes ou exploradores excêntricos. Esses modelos, porém, podem estar muito distantes da realidade.
Pesquisas recentes sugerem que tais narrativas dificilmente representam como um contato real ocorreria. Isso se deve tanto à improbabilidade desses cenários quanto ao fato de que o motivo que levaria outra espécie a nos contatar influenciaria profundamente o tipo de sinal emitido.
Em seu novo artigo publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, intitulado "A Hipótese Escatiana", David Kipping argumenta que a primeira detecção de qualquer fenômeno astrofísico costuma ser atípica, pois nossos métodos tendem a identificar primeiro os objetos com sinais mais intensos. A astronomia oferece inúmeros exemplos desse viés observacional.
A descoberta dos primeiros exoplanetas ilustra bem isso: eles orbitavam pulsares, não porque fossem comuns, mas porque esses astros funcionam como relógios cósmicos extremamente precisos, tornando qualquer perturbação facilmente detectável. O mesmo ocorre com as estrelas visíveis a olho nu, dominadas por gigantes evoluídas que se destacam apenas por sua luminosidade.
Esta é uma representação artística — baseada em observações do Telescópio Espacial Hubble de um rastro de estrelas de 200.000 anos-luz de comprimento atrás de um buraco negro em fuga — de um buraco negro supermassivo descontrolado, ejetado de sua galáxia hospedeira como resultado de uma disputa entre ele e outros dois buracos negros. À medida que o buraco negro atravessa o espaço intergaláctico, ele comprime o gás rarefeito à sua frente precipitando o nascimento de estrelas azuis quentes - Sputnik Brasil, 1920, 18.12.2025
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Buraco negro supermassivo é confirmado vagando pelo espaço após ser expulso de sua galáxia (IMAGENS)
Kipping estende essa lógica ao possível primeiro contato com inteligências extraterrestres. Assim como supernovas são detectadas por sua intensidade justamente porque estão morrendo, os primeiros sinais de uma civilização tecnológica podem ser igualmente extremos, atípicos e até provenientes de sociedades em fase terminal.
A chamada Hipótese Escatiana propõe que tais sinais intensos podem ser subprodutos de civilizações em declínio que sofressem como poluição extrema, mudanças climáticas descontroladas ou outras marcas de instabilidade, ou até mesmo pedidos de socorro deliberados. Kipping chega a questionar se o famoso sinal "Wow!", de 1977 — uma rápida e intensa emissão de rádio captada pelo radiotelescópio Big Ear, da Universidade Estadual de Ohio, de apenas 72 segundos da direção da constelação de Sagitário — poderia ter sido um desses gritos cósmicos.
As implicações são profundas para a busca por sinais de tecnologia: é provável que os primeiros sinais detectados não representem a média das civilizações extraterrestres, caso existam. Por isso, Kipping defende que levantamentos de grande campo e alta cadência, focados em fenômenos transitórios, podem ser nossa melhor chance de identificar civilizações intensas e efêmeras.
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