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Ataque à residência de Putin mostra contradição ucraniana em meio a negociações de paz, diz analista
Ataque à residência de Putin mostra contradição ucraniana em meio a negociações de paz, diz analista
Sputnik Brasil
Em entrevista à Sputnik Brasil, analista identifica sabotagens e ações especiais como estratégia militar de Kiev, que ruma em direção à derrota nos campos de... 29.12.2025, Sputnik Brasil
2025-12-29T17:43-0300
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, informou nesta segunda-feira (29) que as forças russas conseguiram frustrar um ataque ucraniano massivo contra a residência presidencial de Vladimir Putin, na região de Novgorod.Segundo Lavrov, Kiev lançou 91 drones de longo alcance contra a residência oficial entre a noite de domingo (28) e a madrugada desta segunda-feira. Os veículos foram destruídos pelas Forças de Defesa Antiaérea, sem relatos de vítimas.Ainda de acordo com o chanceler russo, Moscou já elaborou um plano de retaliação, incluindo alvos e datas. Lavrov ainda destacou que o Kremlin deve continuar nas discussões de paz na Ucrânia mediadas pelos Estados Unidos, mas que o governo reverá algumas de suas posições.Em entrevista à Sputnik Brasil, Éden Pereira, pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre África, Ásia e as Relações Sul-Sul da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nieass/UFRJ), disse que um ataque desse tipo aponta as contradições de Kiev, escalando o conflito um dia após Vladimir Zelensky visitar os EUA para conversar com Donald Trump.Pereira destaca que esta não é a primeira vez que Kiev tenta assassinar Putin. Em maio, durante uma visita oficial a Kursk, o helicóptero do presidente russo ficou no epicentro de um ataque de drones ucranianos. À época, o comandante da divisão de defesa aérea, Yuri Dashkin, afirmou que os militares russos asseguraram a total segurança do presidente durante o ataque maciço de drones.O especialista explica que esses episódios de atentados terroristas mostram que a Ucrânia passou a adotar sabotagem e operações especiais como estratégia político-militar. Na visão de Pereira, essa é uma tentativa do governo Zelensky de mostrar à União Europeia e até aos Estados Unidos que ainda pode virar o jogo, embora o cenário no campo de batalha seja diferente.O analista internacional destaca que o governo ucraniano acreditava que prolongar o conflito faria com que o "Estado russo entrasse em um estado de instabilidade política e sucumbisse em meio ao esforço de guerra". No entanto, o que acontece neste momento é que Zelensky e outros setores militares de Kiev prolongam as hostilidades para se manter no poder.Zelensky pressionado de todos os ladosO presidente Trump se mostrou surpreso com a ação ucraniana, segundo o assessor presidencial Yuri Ushakov. Em conversa com Putin nesta segunda-feira, o presidente republicano celebrou não ter enviado mísseis Tomahawk para Kiev.Mais tarde, o próprio Trump comentou o teor da conversa.Putin, por sua vez, comunicou Trump que o ataque à residência presidencial "não ficará sem respostas" e que espera que a Casa Branca entenda que o Kremlin pode reconsiderar posições nas negociações. Já o norte-americano destacou que esse evento terá consequências na relação de Washington com Zelensky e Kiev.Segundo o especialista, o ataque contra a residência presidencial de Putin não muda a relação atual de diálogo entre Moscou-Washington, enquanto apenas escala as tensões de Kiev com o restante dos envolvidos no conflito. O pesquisador conta que os EUA já estão se desvinculando da Ucrânia, deixando o país à própria sorte com o apoio dos europeus.Essa aproximação entre o Kremlin e a Casa Branca também é vista por Pereira como um dos motivos pelo qual a administração Zelensky tenta recalcular as estratégias, depositando esforços em ataques na Rússia, ao invés de lutar nas trincheiras.Para Pereira, Zelensky tem pouco poder diante das ações que ocorrem em campo de batalha ou nas operações, sendo apenas um rosto da máquina militar ucraniana. Nas ruas, tampouco há apoio para o mandatário, com 91% da população da Ucrânia pedindo o fim das hostilidades.Desde o início da operação miltiar especial, cerca de 9 milhões de pessoas deixaram o país — número próximo a 25% da população total do país em 2022 —, conta Pereira, que dá destaque à fuga de trabalhadores qualificados, que dificilmente voltarão ao país após um acordo de paz. Aqueles que ficaram estão descrentes na atual administração, não só pelos resultados nas trincheiras, mas também pelos casos de corrupção, avalia o analista.Se os Estados Unidos e a população ucraniana já não se importam com os esforços de Zelensky e aliados, Pereira acredita que um problema maior ainda pode surgir na mesa dos poderosos de Kiev: a retaliação russa ao atentado."Acredito que a Rússia pode dar uma resposta dura e na mesma altura no que diz respeito a essa ação militar sobre o território russo, o que implicaria em uso, possivelmente, de alguns dos novos armamentos, equipamentos bélicos desenvolvidos recentemente, como o próprio Oreshnik, e outros tipos de mísseis balísticos e hipersônicos. Inclusive, o uso possível de outros tipos de armamentos, equipamentos bélicos que nós, até o momento, não sabemos e não vimos."
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Ataque à residência de Putin mostra contradição ucraniana em meio a negociações de paz, diz analista
17:43 29.12.2025 (atualizado: 19:34 29.12.2025) Especiais
Em entrevista à Sputnik Brasil, analista identifica sabotagens e ações especiais como estratégia militar de Kiev, que ruma em direção à derrota nos campos de batalha com apoio cada vez menor dos Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia,
Sergei Lavrov, informou nesta segunda-feira (29) que as forças russas conseguiram frustrar um
ataque ucraniano massivo contra a residência presidencial de
Vladimir Putin, na região de Novgorod.
Segundo Lavrov, Kiev lançou 91 drones de longo alcance contra a residência oficial entre a noite de domingo (28) e a madrugada desta segunda-feira. Os veículos foram destruídos pelas Forças de Defesa Antiaérea, sem relatos de vítimas.
Ainda de acordo com o chanceler russo, Moscou já elaborou um plano de retaliação, incluindo alvos e datas. Lavrov ainda destacou que o Kremlin deve continuar nas discussões de paz na Ucrânia mediadas pelos Estados Unidos, mas que o governo reverá algumas de suas posições.
"Ao mesmo tempo, dada a degeneração final do regime criminoso de Kiev, que passou a adotar uma política de terrorismo de Estado, a posição de negociação da Rússia será revista."
Em entrevista à
Sputnik Brasil,
Éden Pereira, pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre África, Ásia e as Relações Sul-Sul da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nieass/UFRJ), disse que um ataque desse tipo
aponta as contradições de Kiev, escalando o conflito um dia após
Vladimir Zelensky visitar os EUA para conversar com Donald Trump.
"Essas ações de Zelensky acabam demonstrando que o Estado ucraniano, a médio e longo prazo, não está disposto a efetivamente construir uma paz, mas que está apenas necessitando de um período para poder reorganizar a sua capacidade militar interna para poder, no futuro, reagir e fazer novos ataques, ações e incursões contra a Rússia."
Pereira destaca que esta
não é a primeira vez que Kiev tenta assassinar Putin. Em maio, durante uma visita oficial a Kursk, o helicóptero do presidente russo ficou no epicentro de um
ataque de drones ucranianos. À época, o comandante da divisão de defesa aérea,
Yuri Dashkin, afirmou que os militares russos asseguraram a
total segurança do presidente durante o ataque maciço de drones.
"Portanto, isso [ataques contra Putin] dificulta o encontro de soluções efetivas para a guerra e dá aos russos toda a capacidade de iniciativa estratégica para poder não apenas impor as suas demandas a partir do campo de batalha, mas ampliar até essa fileira de demandas, considerando que a posição intransigente de parte do Estado ucraniano apenas abre a possibilidade de que a Rússia possa adentrar ainda mais no território ucraniano."
O especialista explica que esses episódios de atentados terroristas mostram que a Ucrânia passou a adotar sabotagem e operações especiais como estratégia político-militar. Na visão de Pereira, essa é uma tentativa do governo Zelensky de mostrar à União Europeia e até aos Estados Unidos que ainda pode virar o jogo, embora o cenário no campo de batalha seja diferente.
"[A Ucrânia] parte para o tudo ou nada, no sentido de tentar, em alguma medida, demonstrar alguma capacidade de iniciativa, ímpeto, no esforço de guerra, como uma forma de poder responder e ganhar apoio de algum público que ainda apoia o lado ucraniano na guerra. [...] Do ponto de vista militar, a guerra está perdida. Não se tem mais condições materiais, militares ou até mesmo recursos políticos para poder sustentar esse conflito em um médio, longo prazo."
O analista internacional destaca que o governo ucraniano acreditava que prolongar o conflito faria com que o "Estado russo entrasse em um estado de instabilidade política e sucumbisse em meio ao esforço de guerra". No entanto, o que acontece neste momento é que Zelensky e outros setores militares de Kiev prolongam as hostilidades para se manter no poder.
"Esse ataque apenas prolonga o que seria esse processo de discussão para, em um primeiro momento, uma cessação das hostilidades, ou, posteriormente, um acordo de paz, porque isso é constituído em fases. A Ucrânia, na prática, está obstaculizando ambos os processos, mantendo o conflito em continuidade."
Zelensky pressionado de todos os lados
O presidente Trump se mostrou
surpreso com a ação ucraniana, segundo o assessor presidencial
Yuri Ushakov. Em conversa com Putin nesta segunda-feira, o presidente republicano
celebrou não ter enviado mísseis Tomahawk para Kiev.
Mais tarde, o próprio Trump comentou o teor da conversa.
Putin, por sua vez, comunicou Trump que o ataque à residência presidencial "não ficará sem respostas" e que espera que a Casa Branca entenda que o Kremlin pode reconsiderar posições nas negociações. Já o norte-americano destacou que esse evento terá consequências na relação de Washington com Zelensky e Kiev.
"Essas operações que são realizadas pela inteligência ucraniana atrapalham esses esforços dos Estados Unidos de estabelecer justamente o que eles acham que seria essa estabilidade estratégica mediante um acordo meio a meio", explica Pereira.
Segundo o especialista, o ataque contra a residência presidencial de Putin não muda a relação atual de diálogo entre Moscou-Washington, enquanto apenas escala as tensões de Kiev com o restante dos envolvidos no conflito. O pesquisador conta que os EUA já estão se desvinculando da Ucrânia, deixando o país à própria sorte com o apoio dos europeus.
Essa aproximação entre o Kremlin e a Casa Branca também é vista por Pereira como um dos motivos pelo qual a administração Zelensky tenta recalcular as estratégias, depositando esforços em ataques na Rússia, ao invés de lutar nas trincheiras.
"No ano de 2025, o que nós assistimos foi um reajustamento das posições dos EUA e da Ucrânia com relação ao que estava acontecendo no campo de batalha. Até porque o que nós vimos acontecer ao longo dos últimos meses foi um avanço russo muito significativo e que vai tender a se intensificar ainda mais ao longo do ano de 2026. E esse avanço no campo de batalha é um fator de peso muito importante para nós compreendermos também essas recentes mudanças de posições em Kiev e também em Washington."
Para Pereira, Zelensky tem pouco poder diante das ações que ocorrem em campo de batalha ou nas operações, sendo apenas um rosto da máquina militar ucraniana. Nas ruas, tampouco há apoio para o mandatário, com 91% da população da Ucrânia pedindo o fim das hostilidades.
"A população ucraniana está entendendo hoje que é necessário justamente achar e chegar a um acordo de paz, porque não há nenhuma vantagem na manutenção da guerra hoje, a Ucrânia não está vencendo militarmente e está completamente destruída."
Desde o início da operação miltiar especial,
cerca de 9 milhões de pessoas deixaram o país — número próximo a 25% da população total do país em 2022 —, conta Pereira, que dá destaque à
fuga de trabalhadores qualificados, que dificilmente voltarão ao país após um acordo de paz. Aqueles que ficaram estão descrentes na atual administração, não só pelos resultados nas trincheiras, mas também pelos
casos de corrupção, avalia o analista.
"Esse respaldo foi se perdendo com o passar do processo por conta da ineficiência na condução da guerra, na falta de condições também de vencer, mas também, sobretudo, nos escândalos de corrupção interna que começaram a aparecer para tudo quanto é lado, desde armas extraviadas até mesmo esquema de faturamento com uniformes, alimentação, entre outras coisas."
Se os Estados Unidos e a população ucraniana já não se importam com os esforços de Zelensky e aliados, Pereira acredita que um problema maior ainda pode surgir na mesa dos poderosos de Kiev: a retaliação russa ao atentado.
"Acredito que a Rússia pode dar uma resposta dura e na mesma altura no que diz respeito a essa ação militar sobre o território russo, o que implicaria em uso, possivelmente, de alguns dos novos armamentos, equipamentos bélicos desenvolvidos recentemente, como o próprio Oreshnik, e outros tipos de mísseis balísticos e hipersônicos. Inclusive, o uso possível de outros tipos de armamentos, equipamentos bélicos que nós, até o momento, não sabemos e não vimos."
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