"Poroshenko tem pouco tempo. O Tribunal Anticorrupção tem que começar a funcionar a tempo de poder deliberar e julgar, pelo menos, os processos abertos pelo Bureau Nacional Anticorrupção da Ucrânia até às eleições de 2019. Outras reformas têm que ser terminadas no início deste ano", aponta a analista.
Sem estas transformações, acredita Diane Francis, há possibilidade de haver mais um protesto nas vésperas das eleições, que receberá grande apoio internacional. Para a analista, com todo o "esteio militar" de que agora dispõem os ucranianos, eles finalmente podem derrubar "suas elites odiosas".
A autora cita resultados de uma enquete realizada entre os ucranianos e que mostrou que quase 80% deles consideram malogrados os sucessos das autoridades no combate à corrupção.
Por "esteio militar" Francis entende, em primeiro lugar, o grande número de participantes e ex-participantes de ações militares no leste da Ucrânia e, em segundo, a potência acrescida, inclusive graças aos EUA, do exército ucraniano. Lembramos que os Estados Unidos já aprovaram a entrega de armas letais a Kiev.
Tudo isso, segundo Diane Francis, distingue a situação atual daquela que existiu no tempo do Maidan de 2014 que começou na praça central da capital ucraniana, Kiev, em 21 de novembro de 2013. Os confrontos duraram vários meses e deixaram muitos mortos e feridos. O Maidan levou à derrubada do presidente Viktor Yanukovich e ao conflito armado no leste do país que até hoje ainda não foi resolvido.