Para marcar posição contra Trump, Merkel pretende se juntar a Macron em Fórum de Davos

Merkel pode viajar para o Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos, após um hiato de três anos sem comparecer à mais importante reunião do mundo financeiro global. Um encontro entre ela o presidente francês, Emmanuel Macron, seria visto como uma demonstração de força contra o presidente Donald Trump, que também deve falar no evento.
Sputnik

O porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, não respondeu quando questionado na semana passada se Merkel compareceria ao evento. Porém, com a possibilidade da chanceler alemã finalmente consolidar uma coalizão política que avalize sua permanência no poder, as chances de Merkel participar aumentaram, de acordo com a Reuters.

Síria assina Acordo de Paris e deixa EUA ainda mais isolados
O evento do ano passado foi marcado pelo anúncio do presidente chinês, Xi Jinping sobre a prontidão de Pequim para preencher o vácuo de liderança global criado após a posse de Trump.

Desde então, Trump cumpriu as previsões sobre o aumento do isolacionismo americano, incluindo a retirada do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP), do Acordo climático de Paris e do Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA) entre as potências ocidentais e o Irã.

Trump — o presidente mais impopular na história dos EUA — escalou uma guerra de palavras com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, aumentando temores quanto a um possível conflito nuclear e provou a ira global ao se referir a Haiti, El Salvador e nações africanas como "países de m*rda" durante uma reunião da Casa Branca com membros do Congresso.

Donald Trump estará no Fórum Econômico Mundial, em Davos
O comparecimento de Merkel ao lado Macron em Davos enviaria um forte sinal de que a Europa pretende liderar o mundo, limitando a influência de Trump e seu governo no cenário mundial. Macron é visto como um centrista pró-europeu que apoia a desregulamentação comercial e uma ordem global baseada mais em consenso do que o isolacionismo. O líder francês deve discursar no dia 24.

"Meu instinto me diz que Macron vai crescer", avaliou o diretor do laboratório de ideias Chatham House, Robin Niblett, em Londres. "Ele não apenas falará sobre a Europa, mas também tentará assumir o manto do mundo livre sob a liderança europeia".

"Há muito poucas coisas no mundo que unem os países tanto quanto sua antipatia contra Trump e o que ele está fazendo", afirmou o presidente da consultoria de risco político Eurasia Group, Ian Bremmer. "Nos Estados Unidos, ele pode ter 40%, mas em Davos, está mais para 5%".

Merkel investe as fichas em 'grande coalizão'
A visita de Trump à conferência deve ser a primeira de um presidente dos EUA desde 2000. O líder dos EUA deve ser acompanhado pelo genro Jared Kushner, o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, e o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, bem como por uma grande delegação de funcionários auxiliares.

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