Porém, mas nos bastidores, melhorias em seus laços se aceleraram nos últimos anos. Ambos os países veem o Irã como sua maior ameaça externa e os Estados Unidos como seu principal aliado, e ambos enxergam o perigo de extremistas islâmicos armados.
O conflito de Israel com os palestinos há muito tempo se mostrou um obstáculo para uma reaproximação total, já que Riad ainda apoia a reivindicação de soberania da Palestina.
Mas agora o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman parece colocar as reivindicações de terras rivais em pé de igualdade. Questionado por Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista de notícias norte-americana The Atlantic, se o "povo judeu tem direito a um Estado-nação em pelo menos parte de sua pátria ancestral?", ele deu a seguinte resposta:
"Acredito que cada povo, em qualquer lugar, tem o direito de viver em sua nação pacífica", disse o príncipe, que está em uma turnê de três semanas pelos EUA. "Acredito que os palestinos e os israelenses têm o direito de ter sua própria terra".
"Mas nós temos que ter um acordo de paz para assegurar a estabilidade para todos e ter relações normais", continuou.
Desde 2002, a Arábia Saudita tem sido o principal patrocinador da Iniciativa de Paz Árabe, que prevê uma solução de dois Estados para o conflito entre palestinos e israelenses. Mas não se sabe se algum alto oficial saudita tenha aceitado anteriormente que Israel tenha "direito" a qualquer terra além da necessidade prática de garantir um acordo duradouro.
Se, como esperado, o príncipe herdeiro a suceder o seu pai octogenário, o rei Salman, e ascender ao trono saudita, ele também se tornará o guardião dos santuários mais sagrados do Islã.
Contudo, ele disse a Goldberg que não tinha "objeção religiosa" aos israelenses que vivem ao lado dos palestinos, desde que o principal local sagrado muçulmano em Jerusalém — o complexo da mesquita de Al-Aqsa — seja protegido.
"Temos preocupações religiosas sobre o destino da mesquita sagrada em Jerusalém e sobre os direitos do povo palestino", avaliou. "É isso que temos. Não temos nenhuma objeção contra outras pessoas".