Após acusações de corrupção, milhares de japoneses pedem a renúncia do premiê Shinzo Abe

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram no centro de Tóquio para protestar contra os crescentes escândalos em torno do governo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
Sputnik

"Temos uma sensação de que a falsificação e a ocultação de documentos públicos significam nada menos que a destruição de nossa nação e democracia", disse o economista Masaru Kaneko a uma multidão de cerca de 30 mil pessoas.

Parlamentares japoneses querem depoimento de primeira-dama após escândalo de corrupção
"Se esses desdobramentos forem permitidos, qualquer forma de impropriedade ou corrupção pode ser legitimada", afirmou Kaneko.

Manifestantes acusam Abe de envolvimento em um esquema de venda de terrenos estatais para a rede de escolas Moritomo Gakuen, em Osaka. A primeira-dama Akie Abe teria facilitado o negócio, fechado por um sétimo do valor estimado, justificando que apoia a "filosofia ultranacionacionalista" ensinada pelo grupo de educação.

O caso voltou a fazer barulho depois do Ministério das Finanças japonês ter constatado que referências a Akie Abe foram apagadas dos documentos constantes no acordo de venda. 

"O grande número de pessoas reunidas deve-se à crescente raiva", observou o manifestante Takeshi Suwahara, de acordo com o Japan Times. "Um forte sentimento de crise está se espalhando — as pessoas agora sentem sinceramente que precisam falar pelo que é certo".

Os escândalos diminuíram o índice de aprovação de Abe a uma baixa sem precedentes e levantaram dúvidas sobre a capacidade do político em conquistar um terceiro mandato nas próximas eleições de setembro.

Comentar