A novidade foi anunciada pelo ministro da Educação do Irã, Seyyed Mohammad Bathaei, em uma reunião com Vyacheslav Nikonov, presidente do Comitê de Educação e Ciência da Duma, durante sua viagem de três dias a Moscou.
"A política educacional do governo é acabar com o monopólio da língua inglesa como segunda língua estrangeira e introduzir outras línguas estrangeiras, em particular a russa", disse Bathaei.
"Se você olhar em termos de morfologia, então o inglês é muito mais próximo da língua persa do que russo: tanto pela pronúncia, pela estrutura e pela sintaxe. A primeira dificuldade em dominar a língua russa, que os estudantes enfrentam, é a pronúncia correta de palavras e letras. Nesse sentido, a língua russa para os iranianos é muito mais complicada que a inglesa. Portanto, podemos dizer que, para a maioria dos iranianos, o russo é considerado uma das línguas mais difíceis de se estudar".
Shojaie também observou que há outro aspecto importante aqui.
"Tenho conversado repetidamente sobre isso com meus colegas da Rússia, inclusive, em uma das últimas reuniões da Fundação Cultural IA Goncharov. Estamos com a Rússia, primeiro de tudo, vizinhos, e isso é muito importante, como dizemos: você não escolhe seus vizinhos. Portanto, devemos tirar o melhor partido das nossas relações de boa vizinhança: a Rússia é uma das potências mundiais e desempenha um papel importante, por isso temos de aproveitar esta oportunidade de sermos vizinhos com um poder tão grande, a língua de nossos vizinhos — e não apenas no nível político e diplomático".
"A cooperação deve se desenvolver nos setores científico, tecnológico e comercial. Isso significa que é necessário que as empresas e organizações russas comecem a trabalhar no Irã. E na Rússia, em diferentes regiões, as empresas iranianas devem trabalhar em paridade. Isso levará a um aumento na demanda por especialistas que falam essas duas línguas. Se tal trabalho não for feito, será difícil popularizar as línguas russa e persa em nossos países, o que significará que nos mercados de trabalho iranianos ou russos, a falta de demanda por especialistas levará à frustração entre as pessoas", disse ele à Sputnik. "No Irã, muito trabalho foi feito para ensinar russo nas universidades. Mas hoje o suprimento de especialistas com conhecimento do idioma russo excede a demanda do mercado. É necessário equalizar essa lacuna, e pensar na escala do país".
Sobre se as crianças iranianas estão prontas para escolher o russo como língua estrangeira, Mohsen Shojaie acredita que o método de ensino de línguas estrangeiras no Irã ainda é ineficiente e desatualizado. Porém, é importante observar a cultura e a mentalidade local.