Muita emoção e grandeza da Pátria: como é Parada da Vitória vista por dentro (FOTOS)

Para muitos russos, 9 de maio é considerado o maior feriado de todo o ano, mais importante que o Natal e o Ano Novo, entre outros. Por que este dia – e nomeadamente a Parada da Vitória – é assim tão importante para qualquer cidadão deste país? A Sputnik Brasil evidenciou o evento com seus próprios olhos e lhe conta em primeira mão.
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Mais de 25 milhões de mortes, inúmeras famílias divididas, lágrimas derramadas, muita fome e muito sacrifício. É isso que significa a guerra para o povo russo. Este grande dia o faz voltar a agradecer a seus antepassados pela sua façanha e "céu limpo em cima da cabeça", e continua sendo uma lembrança de como a paz é frágil e ao que se pode levar a obsessão humana com ideias radicais.

Comandantes dos destacamentos que participaram da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018

Talvez este dia não conseguir deixar nenhum russo indiferente tenha a ver também com a "presença" constante dos vestígios da guerra em sociedade. A coisa é que na época da Segunda Guerra Mundial, todos os homens, inclusive os mais jovens, bem como as mulheres, eram mobilizados para combater nazismo alemão em campo de batalha e na retaguarda. É por isso que na Rússia moderna é quase impossível encontrar uma família não afetada por esse terror.

Participantes da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018

Algumas famílias tiveram sorte de chegar a ver seus heróis que tinham alcançado a própria Berlim para declarar vitória. Outras nunca chegaram a reencontrar os seus mais próximos. Em qualquer caso, cada criança na Rússia, inclusive a própria autora, desde pequenina ouve falar dos seus avôs e avós envolvidos em guerra, vê suas medalhas e cresce com a consciência desse heroísmo.

Presidente russo, Vladimir Putin, passa pela imprensa após saudar os comandantes dos destacamentos que participaram da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018

Contudo, existem desentendimentos também. Há quem considere, por exemplo, inclusive entre os apoiadores do chamado "liberalismo", que tal "afeição" ao passado não é correta, que a Rússia não pode sempre viver em épocas passadas. Mas estes "patriotas" infelizmente não entendem uma coisa vital — sem respeitar os méritos do passado e aprender sobre seus pesadelos, nenhum povo pode ir em frente.

Presidente russo, Vladimir Putin, saúda major Ekaterina Ryakhova, comandante da formatura de cadetes femininas da Academia Militar Aeroespacial "Mozhaysky", após a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018

A Parada da Vitória, ao contrário daquilo que algumas pessoas alheias à sua história podem achar, não é um evento meramente bélico, destinado a demonstrar os armamentos mais novos, como acontecia (oxalá que seja coisa do passado) na Coreia do Norte, e "assustar" o mundo ao seu redor. É muito mais que isso, sendo uma espécie de recreação daquele distante mês de maio, em que os soldados do Exército Vermelho hastearam a Bandeira da Vitória em cima do Reichstag, então encarnação do repelente regime fascista que por pouco acabou por não exterminar a metade do continente europeu.

Claro que de ano para ano, a gente vê cada vez menos veteranos nas primeiras bancadas da plateia. Mas aqueles que restaram não deixam de se emocionar cada vez com as canções militares, alguns deles até parados com mão perto da sua cabeça em sinal de saudação, apesar da idade e evidente fragilidade do corpo.

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Comandantes dos destacamentos femininos que participaram da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Militares participantes da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Músicos militares começam a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Agente do Serviço Federal de Guarda durante o discurso do presidente russo, Vladimir Putin, na 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Estudantes da Escola de Música Militar do Ministério da Defesa da Rússia participam do desfile do Dia da Vitória, da Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Destacamentos passam pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Cadetes da Escola de Cadetes Presidencial de Moscou das Tropas da Guarda Nacional da Federação da Rússia passam pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Grupo feminino do movimento juvenil patriótico-militar "Yunarmia" passa pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Regimento de Tropas Terrestres das Forças Armadas da Rússia passa pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Destacamentos das Tropas Terrestres passam pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Oficiais e cadetes da Academia da Força Aérea "Zhukovsky e Gagarin" passam pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Alunos do Instituto Naval do Báltico "Almirante Ushakov” e do Instituto Politécnico Naval passam pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Divisão Operacional Dzerzhinsky do Serviço Federal de Tropas da Guarda Nacional da Rússia passa pela Praça Vermelha durante a 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Bombardeiro estratégico Tu-160 e quatro bombardeiros estratégicos supersônicos Tu-22M3 participam da parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Três aviões de transporte modernizados Il-76MD participam da parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Três bombardeiros estratégicos Tu-95MS participam da parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Reabastecimento em voo demonstrado durante a parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Bombardeiros multifuncionais furtivos de 5ª geração Su-57 participam da parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Grupo de aeronaves táticas, composto por bombardeiros Su-34, caças Su-30 e Su-35S, participa da parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Esquadrilhas de acrobacia aérea Russkye Vityazi e Strizhi, em aviões Su-30SM e MiG-29SMT participam da parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Seis aviões de ataque Su-25 tingem o céu com as cores da bandeira russa durante a parte aérea da 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.
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Dois aviões modernizados MiG-31K, equipados com novíssimo sistema de mísseis para aviação Kinzhal, estreiam na 73ª Parada da Vitória, na Praça Vermelha, em 9 de maio de 2018.

De fato, o objetivo principal da parada é celebrar a proeza dos heróis soviéticos. Ao mesmo tempo, o desfile também faz questão de mostrar que a Rússia, ensinada pelos horrores de guerra, ocupa-se de garantir seu poderio militar em caso de qualquer ataque inimigo. Para um país que perdeu mais de 25 milhões em guerra, isso não é uma "bajulação" ou "blefe" para assustar alguém. Isso é a única maneira de viver sem que o horror de guerra nunca se repita.

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