"É difícil acreditar que, 73 anos depois do Holocausto, ainda haja um país no Oriente Médio — o Irã — que abertamente pede a destruição do Estado de Israel", disse Netanyahu durante as negociações com o presidente russo, Vladimir Putin, depois que ambos os líderes participaram das celebrações do Dia da Vitória na capital russa.
O primeiro-ministro israelense afirmou ainda que seu país ainda se lembra de "uma importante lição de história: quando surge uma ideologia assassina, é preciso recuar contra ela antes que seja tarde demais", aparentemente traçando paralelos entre a Alemanha nazista e o Irã por causa de seu antagonismo contra os judeus.
Netanyahu então acrescentou que a situação atual difere significativamente daquela da década de 1940, já que os judeus agora têm seu próprio Estado.
O líder israelense fez suas declarações quando os dois líderes discutiram as relações bilaterais em Moscou, assim como a situação no Oriente Médio. Putin descreveu a situação na região como "muito tensa". Ele também expressou sua esperança de que a Rússia e Israel acabariam encontrando "soluções que levariam à flexibilização das tensões e permitiriam resolver conflitos acalorados".
Não é a primeira vez que o primeiro-ministro israelense compara a República Islâmica à Alemanha de Hitler. Em dezembro de 2017, ele já disse que o Terceiro Reich e o Irã e "têm coisas importantes em comum", incluindo "o compromisso implacável de assassinar judeus".
As conversações entre Putin e Netanyahu ocorreram na mesma semana em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada dos EUA do acordo nuclear iraniano. A medida foi duramente criticada pela Rússia, bem como pelos países europeus e outras nações. Moscou disse que a decisão de Washington mostra, em última análise, que os EUA são, de fato, incapazes de conduzir negociações.
Israel, no entanto, estava entre as poucas nações que realmente elogiaram a decisão de Trump. Netanyahu chamou de "corajoso e correto" imediatamente após o presidente dos EUA ter feito seu anúncio. Ele também denunciou o acordo iraniano como "uma receita para o desastre".