Conflito na Síria não terá fim sem apoio da Rússia e do Irã, admite Merkel

A prolongada guerra civil na Síria se transformou em um "conflito gigantesco" que não pode ser finalizado sem o apoio da Rússia e de potências regionais como Irã e Turquia, admitiu a chanceler alemã, Angela Merkel, em um discurso nesta quarta-feira.
Sputnik

"Enquanto a luta contra o [Daesh] está avançando […] mas, enquanto isso, a guerra civil na Síria e a luta contra o terrorismo islâmico se transformaram em um conflito regional de proporções gigantescas", reconheceu Merkel enquanto falava aos deputados alemães.

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A guerra que domina a Síria por mais de sete anos não pode terminar "sem Rússia, Turquia, Irã, Arábia Saudita, Jordânia e, basicamente, sem a Europa", Merkel destacou, reiterando que "precisamos de uma solução política na Síria".

Curiosamente, ela usou um tom ligeiramente diferente ao falar da Síria em uma conferência das Forças Armadas (Bundeswehrtagung) na segunda-feira. Dirigindo-se aos militares, a chanceler comparou o conflito sírio com a Guerra dos Trinta Anos, um dos conflitos mais longos e destrutivos travados na Europa Central, que durou entre 1618 e 1648.

As partes da guerra não conseguiram negociar um acordo de paz "mesmo em dois meses", disse Merkel, pedindo a todos que tenham paciência em fazer a paz na Síria. Durante essa guerra, argumentou, houve partes que "nunca se falaram, mesmo durante as negociações de paz na cidade alemã de Muenster".

A declaração de quarta-feira de Merkel vem no momento em que Rússia, Irã e Turquia estão fazendo um esforço conjunto para trazer a paz duradoura à Síria. No início de abril, os líderes dos três países reuniram-se na capital turca, Ancara, reafirmando que se opõem a "quaisquer planos separatistas que visem minar a soberania e integridade territorial da Síria, bem como a segurança nacional dos países vizinhos".

Em fevereiro, o trio de países patrocinou o Congresso Nacional de Diálogo da Síria, realizado na cidade russa de Sochi. O evento marcante, que envolveu mais de 1.500 delegados representando vários grupos da sociedade síria, lançou as bases para trabalhar em uma nova constituição e discutir a reconciliação na Síria.

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Apesar das sanções da União Europeia (UE) e dos EUA contra Moscou por conta da crise na Ucrânia, algumas autoridades alemãs defenderam o reengajamento com a Rússia a fim de lidar com questões internacionais urgentes.

"Precisamos da Rússia como um parceiro para resolver conflitos regionais, pelo desarmamento e como um importante pilar do multilateralismo", disse o ministro de Exterior alemão Heiko Maas em abril, acrescentando que "estamos abertos ao diálogo e estamos tentando reconstruir a confiança pouco a pouco, se a Rússia estiver pronta".

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