"Como presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas, nos somamos à Federação Internacional dos Jornalistas e à União dos Jornalistas da Rússia para exigir a imediata libertação do jornalista Kirill Vyshinsky", diz Maria José Braga.
Na terça-feira (15), o jornalista russo Kirill Vyshinsky, chefe da agência de notícias RIA Novosti na Ucrânia, foi preso em Kiev. A sede da empresa de mídia também foi invadida por forças de segurança locais.
Para Maria José Braga, o direito à informação precisa ser respeitado, e isso passa diretamente pelo direito de trabalho dos jornalistas.
"É inadmissível que em democracias jornalistas sejam detidos ou mesmo presos por estarem exercendo seu trabalho de produzir e difundir informação de interesse público. O jornalista estava no exercício da sua profissão trabalhando para uma agência de notícias", afirmou a presidenta.
Segundo o Serviço de Segurança da capital ucraniana a operação que prendeu Kirill foi realizada envolvendo "estruturas midiáticas controladas pela Federação da Rússia", no que seria uma tentativa de barrar o trabalho da imprensa russa em solo ucraniano.
A porta-voz do serviço de segurança, Elena Giltlyanskaya, afirmou que a RIA supostamente faria parte de uma "guerra de informação híbrida contra a Ucrânia", o que justificou a operação.
Para o Ministério das Relações Exteriores russo, as ações são "inaceitáveis" e sua representação enviou uma nota de protesto à Chancelaria da Ucrânia exigindo o cessar das violações contra a mídia no país.
Maria José Braga, afirma que os jornalistas organizados no mundo inteiro vêem essa situação com muita preocupação.
"O trabalho do jornalista é respeitado inclusive em situações de guerra. Isso faz parte de todos os tratados internacionais e isso não mudou com a mudança na geopolítica internacional atual. […] A Ucrânia não pode usar a intimidação ao trabalho de imprensa como uma moeda política para se contrapor à Rússia", conclui a presidenta da FENAJ.
Segundo ela, as entidades representativas dos jornalistas em cada país e no mundo denunciarão a prisão do jornalista russo como uma "prática lesiva à liberdade de imprensa e de informação e ao direito de informação de cada cidadão do mundo".