Ao aplicar essa medida, a União Europeia poderia conservar um dos maiores mercados que se estabeleceu depois de ter sido assinado o acordo nuclear entre Teerã e as potências P5 + 1 (China, França, Rússia, Reino Unido, EUA e Alemanha).
Atualmente, o Irã se encontra sob pressão máxima dos EUA, o que o faz abandonar a divisa norte-americana. Deste modo, Teerã já transformou parcialmente seus negócios para evitar o uso do dólar, afirmou ao RT o presidente da empresa Competence Finance SAS, Alexandre Kateb.
"Quando o Irã se viu sob sanções entre 2012 e 2015, ele estabeleceu novos mecanismos para contornar as instituições financeiras relacionadas aos EUA, como as operações de barter e o uso de moedas alternativas ao dólar", lembrou o economista.
Ao mesmo tempo, o recente lançamento do petroyuan (contratos futuros de petróleo cotados em yuanes) pela China representa um passo inicial para acabar com a supremacia da moeda norte-americana, disse Stephen Innes, da empresa financeira OANDA.
"Isso dependerá dos instrumentos de influência da UE, Reino Unido, Rússia e China. O cenário possível é a diversificação, os acordos bilaterais entre parceiros ou acordos regionais que substituirão os contratos multilaterais que contribuem para o domínio da moeda norte-americana", disse Ramaa Vasudevan, professora de Economia na Universidade do Colorado (EUA).
Além disso, é de ter em conta que o próprio mundo financeiro está mudando drasticamente, o que se deve, por exemplo, ao desenvolvimento da tecnologia de blockchain.
Os analistas reconhecem que não será fácil fazer face ao domínio do dólar e lembram que a moeda norte-americana levou cerca de um século para deixar para trás a libra britânica. O dólar ainda tem uma influência considerável na economia global.