Vale destacar que o aeroporto de Mahovljana, que as forças da aliança pretendem utilizar durante as manobras, está situado somente a 20 quilômetros da capital da República Sérvia da Bósnia. O presidente reafirmou a postura da Bósnia e Herzegovina, assinalando que "as manobras contradizem os interesses da república e de sua população", e exigiu respeitar a decisão soberana da entidade quanto à neutralidade militar.
"Estamos vendo que a pressão sobre a República Sérvia da Bósnia e sobre Dodic está aumentando […] Nesta pressão não há nada de novo, contudo, nunca foi tão forte como neste ano. A meu ver, os EUA e aliados resolveram impedir outra vitória de Dodic [nas eleições à presidência], custe o que custar", afirmou.
De acordo com ela, "toda essa história das manobras deve ser entendida no âmbito das aspirações da OTAN à hegemonia total na região e, para isso, é preciso que a Bósnia e Herzegovina ingresse na aliança".
Segundo ela, as intenções da OTAN de organizar as manobras no território da República Sérvia da Bósnia têm a ver com seu plano de desestabilizar maximamente a situação no país, bem como de impedir a reeleição de Dodic para a presidência, já que é exatamente a figura de Dodic que representa o maior "obstáculo" à integração do país na OTAN.
De acordo com o direito internacional, as manobras não podem ser aprovadas sem o consentimento da República Sérvia. Por outro lado, a função de Comandante Supremo das Forças Armadas da Federação é exercida pela presidência bósnia em Saraevo. Devido à complexidade do sistema judicial da Bósnia e Herzegovina, a questão das manobras no território da república permanece aberta.