Durante muito tempo estes bombardeiros portadores de mísseis de longo alcance desempenharam o papel de "longo braço" da Força Aérea soviética e russa. Hoje em dia, seus sucessores Tu-22M3 continuam servindo no exército russo.
Pesado e veloz
O desenvolvimento do Tu-22 supersônico se iniciou em 1955. Estes aparelhos deveriam substituir os bombardeiros Tu-16, que já não eram capazes de ultrapassar eficazmente os sistemas de defesa antiaérea do provável adversário. O país precisava de um bombardeiro rápido, manobrável e universal. Vale destacar que naquela época nem a URSS, tampouco os EUA, dispunham de arsenal de mísseis balísticos intercontinentais, fazendo com que as duas superpotências considerassem a aviação de longo alcance como principal meio de transporte de armas nucleares.
O Tu-22 era capaz de atacar um potencial adversário com até nove toneladas de carga útil. Bombas aéreas de queda livre eram sua arma principal. Contudo, não seria justo considerar esta aeronave como um simples portador de bombas. Os engenheiros soviéticos elaboraram várias modificações do Tu-22 destinadas a diferentes missões: o bombardeiro Tu-22B, o avião de reconhecimento Tu-22R/RD e o portador de mísseis Tu-22K/KD, equipado com os melhores mísseis antinavio daquela época – os Kh-22 Burya, capazes de portar uma carga explosiva cumulativa ou uma termonuclear, o que permitia ao Tu-22 combater de forma eficaz até mesmo contra os maiores navios da OTAN.
'Maturidade' difícil
Durante sua exploração também foram reveladas várias falhas: a instalação dos motores sobre a empenagem dificultava o controle da aeronave em velocidades supersônicas. A oscilação dos chassis preocupava os pilotos durante a decolagem e aterrissagem, devido à complexidade de construção, os preparativos para o voo de um Tu-22 podiam demorar meio dia.
Nem todos os pilotos aprenderam a lidar com esta aeronave caprichosa. Somente os mais experientes tornaram-se comandantes de tripulações e podiam despoletar todo o potencial do Tu-22.
No fim das contas o bombardeiro superou este estágio. Em caso de uma terceira guerra mundial, a aeronave deveria atacar as forças da OTAN na Europa. Entre 1970 e 1980 os aviões Tu-22 participaram de todos os treinamentos militares de grande escala no oeste da URSS. Uma importância especial foi dada às manobras a altitudes baixas e extremamente baixas, bem como à tática de proteção de grupos de ataque por meio de aviões de guerra eletrônica.
Avião furtivo
A elevada sobrevivência do avião devia-se a seus meios avançados de guerra eletrônica, entre eles, às estações de interferências ativas. Sendo assim, mesmo quando os caças iranianos conseguiam alcançar um Tu-22, não eram capazes de orientar os mísseis contra ele.
O Tu-22 era praticamente invulnerável para interceptores e meios de defesa antiaérea do adversário.
Em 1983, um bombardeiro soviético se perdeu no caminho e por engano violou o espaço aéreo iraniano. No âmbito das manobras, o piloto mantinha ligados todos os meios de guerra eletrônica. Para sua intercepção, o Irã colocou no ar caças F-14 de fabricação norte-americana, que não conseguiram cumprir sua missão. No caminho de volta, o Tu-22 "deu uma espiada" ao espaço aéreo do Afeganistão, de onde também consegui sair são e salvo, apesar das tentativas de intercepção, e voltou ao seu aeródromo.
Futuro promissor
Sua versão mais moderna, Tu-22M3, realizou repetidamente ataques contra alvos terroristas na Síria. A modificação promissora M3M, cujo desenvolvimento ainda está em curso, será capaz de utilizar os novíssimos mísseis Kh-32, adotados em serviço em 2016. Sendo assim, o bombardeiro Tu-22, com um passado muito difícil, deixou depois de si um sucessor de mérito.