"Desde que foi revelada a existência do famoso Plano Atlanta, que buscava a desestabilização dos governos de esquerda na América Latina, cada dia fica mais claro como este plano foi implementado em cada um dos países", afirmou Sendic à Sputnik Mundo.
"É evidente que o período do avanço progressista na América Latina afetou fortemente os interesses de algumas potências mundiais. Os EUA não puderam permanecer indiferentes a um avanço tão importante como o chamado BRICS, que buscava vias alternativas para favorecer o desenvolvimento dos países do terceiro mundo", destacou Raúl Sendic.
De acordo com ele, do lado econômico, Washington procurava reduzir as receitas dos países desses países desvalorizando suas exportações e impondo limitações aos investimentos nesta região. Além disso, na área política desenvolveram uma feroz campanha de desestabilização através das mentiras transmitidas pela mídia que jogava a seu favor, das redes sociais e da "judicialização" da política.
"A maior parte dos projetos estatais que se desenvolveram no continente sul-americano decorreram à custa da classe média, dos profissionais e trabalhadores. Por isso eles se aproveitaram do descontentamento nestas camadas da população a fim de encontrar uma base social que apoiasse esta insurgência que teve lugar em países tais como a Nicarágua, Venezuela e em certo momento no Brasil."
"Na América Latina e por todo o mundo está surgindo o fascismo de forma absolutamente desmascarada. Pela primeira vez, surgiu abertamente na Europa, depois nos EUA, onde recentemente se deu uma manifestação em frente da Casa Branca, e surgiram traços de fascismo na América Latina. Em algumas camadas da sociedade começa a se manifestar uma rejeição dos pobres e dos imigrantes, como se fossem culpados por sua situação", ressaltou o político.