Entenda como funcionará a reunião de familiares na península coreana, a 1ª desde 2015

Após um rápido degelo diplomático na península, 89 sul-coreanos idosos e frágeis se encontrarão com seus familiares em um resort norte-coreano no Monte Kŭmgang nesta segunda, quase sete décadas depois de terem sido separados pela guerra que manteve a península e seus parentes divididos, informou a imprensa local.
Sputnik

Desde 2000, os dois países realizaram 20 reuniões, mas o tempo está se esgotando para muitos membros idosos da família, informou a agência de notícias Yonhap neste sábado. O evento desta semana é o primeiro desde outubro de 2015.

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Os 89 escolhidos para participar do evento representam apenas um pequeno grupo de cerca de 57 mil pessoas esperando para se reencontrar com seus entes queridos no norte. De acordo com a Yonhap, muitos estão na faixa dos 70 anos ou mais, indicando que a "janela de oportunidade está se fechando rapidamente" para encontrar parentes antes que eles morram.

Tem sido comum que pedidos de reunião familiar sejam negados por falecimentos. A Yonhap cita o caso de Park Hong-seo, 88 anos, que pediu para ver o irmão mais velho em uma reunião familiar. Ele foi informado de que seu irmão havia morrido em meados da década de 1970.

Koh Ho-joon, um homem de 77 anos que esperava conhecer seu irmão mais velho, soube que ele havia sido dado como morto há muito tempo. No entanto, Koh ainda está ansioso para conhecer a esposa de seu irmão, depois que a família foi separada durante a Guerra da Coreia em meados do século XX.

"Quando me candidatei, fiquei preocupado que meu irmão tenha sido morto durante a guerra, mas felizmente ouvi dizer que ele tinha vivido até os 44 anos", disse Koh, acrescentando: "Ouvi dizer que sua esposa continua viva aos 82 anos. Sou muito grato por ela, ela cuidou de seus filhos sozinha", citado pela Yonhap.

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Os participantes sul-coreanos da reunião poderão permanecer de segunda a quarta-feira com a família. Logo após, uma outra reunião com 83 norte-coreanos será promovido com suas famílias sul-coreanas de sexta a domingo. Durante cada uma das duas sessões de três dias, as famílias devem ter cerca de 11 horas para conversar, relatou a Yonhap.

Milhões de pessoas foram mortas durante a Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953, quando armistício foi assinado pelos dois lados do conflito. A guerra dividiu irmãos e irmãs, pais e filhos, e maridos e mulheres em lados distintos na península coreana. Muitos deles jamais voltaram a se ver.

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