A investigação envolve R$ 10 milhões em fundos ilícitos que o MDB de Temer supostamente recebeu da construtora Odebrecht em 2014, segundo o documento policial.
A Odebrecht fez o suposto pagamento em 2014, quando Temer era vice-presidente da República.
O gabinete de Temer disse em uma declaração por escrito que o presidente não havia cometido nenhum delito e que os fundos recebidos da Odebrecht eram doações de campanha legal.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu em março que Temer fosse investigado, apesar da Constituição impedi-lo de ser julgado por crimes cometidos antes de se tornar presidente, enquanto permanecer no poder.
O documento policial indicou que o ministro das Minas e Energia, Wellington Moreira Franco, e o chefe de gabinete de Temer, Eliseu Padilha, também estiveram envolvidos no suposto esquema e a PF pediu que enfrentassem acusações de corrupção.
De acordo com a legislação brasileira, no final de uma investigação, a polícia deve solicitar que os promotores façam quaisquer acusações formais. Se o fizerem, cabe a um juiz decidir se as acusações merecem julgamento.
Temer já enfrentou acusações anteriores de corrupção, que foram bloqueadas pelo Congresso no ano passado. Sob a lei brasileira, os congressistas devem aprovar quaisquer acusações relacionadas à conduta no cargo contra um presidente em exercício, que só poderia ser julgado perante a Suprema Corte.
Uma vez que Temer deixa o cargo em 1º de janeiro, ele ainda pode enfrentar as acusações que o Congresso bloqueou e quaisquer novas acusações que possam ser feitas contra ele enquanto ainda no cargo.