"A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estão transformando a Opep em uma ferramenta para os EUA e, consequentemente, a organização não tem muito crédito", disse o governador iraniano da Opep, Hossein Kazempour Ardebili, à agência de notícias Sana.
No começo do mês passado, o Irã disse à OPEP que nenhum país-membro deveria retirar parte das exportações depois que a Arábia Saudita ofereceu mais petróleo para compensar o corte nas vendas do produto iraniano pelos Estados Unidos, informou o Middle East Eye.
Em junho, a OPEP concordou em aumentar a produção de petróleo em cerca de um milhão de barris por dia — um movimento fortemente contrário ao posicionamento do Irã.
Enquanto Washington introduz mais sanções contra Teerã, os principais compradores de petróleo do país, China e Índia, se distanciaram do Irã, forçando a produção de petróleo nacional ao seu ponto mais baixo desde 2016, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia.
"A Rússia e a Arábia Saudita alegam que buscam equilibrar o mercado global de petróleo, mas estão tentando assumir parte da fatia do Irã", disse Ardebili. "Os esforços de Trump para cortar o acesso do Irã ao mercado global de petróleo levaram a Rússia e a Arábia Saudita a tomar como reféns o mercado de petróleo (…)".
Esses e outros fatores poderiam facilmente levar a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) a estocar recursos petrolíferos adicionais, algo que o acordo da OPEP de 2017 buscava evitar, já que a prática poderia rapidamente derrubar os preços globais do petróleo, disse Ardebili, citado pela PressTV.