Anunciado pelo Papa Francisco, o acordo abre caminho para a recondução do clero na China através da nomeação de bispos, "uma questão de grande importância para a vida da Igreja", disse o Vaticano em um comunicado no sábado, informou a AFP.
Os termos entre as nações ficaram ainda mais azedos quando Pequim decidiu que precisaria aprovar a escolha de bispos, obviamente selecionando aliados do Partido no país. Como resultado, a Santa Sé se recusava a reconhecer a autoridade dos clérigos e não validava decisões eclesiásticas tomadas por estes religiosos. Ao mesmo tempo, a China exigia que o Vaticano retirasse seu reconhecimento a Taiwan como a "verdadeira China" e prometesse não interferir na política doméstica local.
Os acordos assinados fazem parte de um esforço do papa Francisco, que desde 2013 tenta normalizar as relações diplomáticas com Pequim. De acordo com um comunicado divulgado durante visita do pontíficie a países bálticos, os termos "criam as condições para uma maior colaboração no nível bilateral (…). Com essas decisões, um novo processo pode começar a permitir que as feridas do passado sejam superadas levando à plena comunhão de todos os católicos chineses”.
A China disse que um acordo "provisório" foi assinado entre o vice-ministro das Relações Exteriores, Wang Chao e o subsecretário do Vaticano para as relações com os Estados, Antoine Camilleri. Os dois lados vão "continuar a manter a comunicação e impulsionar a melhoria das relações bilaterais", acrescentou o comunicado chinês.
O governo taiwanês reagiu à notícia afirmando que o Vaticano assegurou a natureza religiosa da iniciativa e que o movimento não afetaria seu relacionamento diplomático.