O que Cuba pode ganhar e perder com entrada do Google no país?

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, visitou a sede do Google em Nova York, onde se reuniu com principais executivos da empresa. A reunião eleva expectativas de uma aceleração no desenvolvimento da conectividade com a Internet na ilha.
Sputnik

O jornalista uruguaio Fernando Ravsberg, que reside em Cuba, disse à Sputnik Mundo que as negociações entre o presidente cubano e os executivos do Google incentivam "a expectativa de um relacionamento melhor com o Google e com toda a indústria digital dos EUA para acelerar a conectividade de comunicações que, por enquanto, estão em nível baixo". 

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Além dos executivos do Google, na reunião estiveram presentes os representantes das empresas  AirBnB, Twitter, Microsoft, Bloomberg, entre outros. Todos os participantes estão interessados em entrar no mercado cubano de telecomunicações praticamente "virgem". 

Na reunião, o chefe do Estado destacou que a informação da sociedade é uma prioridade para o governo cubano e que o bloqueio econômico dos EUA é o principal obstáculo para o desenvolvimento. 

Ravsberg considerou que o Google poderia ter uma nova proposta para Cuba. 

"Penso que o Google continuará insistindo, pois a ilha, ainda que não seja um mercado muito grande, é algo único. Seriam mais de 10 milhões de pessoas que não têm ou têm pouca conectividade e isso o transforma em um mercado grande", disse o jornalista.

No entanto, Ravsberg ressaltou que o principal problema nesses acordos são as relações entre Cuba e os EUA. Atualmente, o desenvolvimento da Internet em Cuba é atingido com base na cooperação e contratos com empresas chinesas devido a uma maior afinidade política.

"As relações entre Cuba e os Estados Unidos sempre foram tensas e o tempo provou para o governo cubano que o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, criou uma 'força-tarefa' para entrar na ilha através da Internet e, desse modo, transmitir a mensagem de discordância e anticatrista", sublinhou o jornalista. 

Ravsberg enfatizou que o novo presidente da ilha pertence a uma geração mais próxima do desenvolvimento tecnológico, embora ele não tenha redes sociais. No entanto, "é o primeiro político cubano que usou um notebook em uma reunião do Conselho de Ministros".

O jornalista concluiu que "o desenvolvimento da Internet chegará em Cuba, apesar de as pessoas estarem desesperadas com a lentidão do processo".

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