Segundo economistas, há vários fatores que contribuem para uma queda na procura por títulos do Tesouro norte-americano. Primeiro, os investidores esperam que os bancos centrais de outros países adotem uma política monetária mais restritiva, o que significa a subida das taxas de juro em países fora dos EUA e, como consequência, aumento de rendimentos dos seus títulos da dívida pública.
Embora o rendimento dos títulos da dívida pública dos EUA tenha crescido e já tenha atingido 2.829% (o ponto máximo desde abril), investidores estrangeiros não se mostram empenhados em financiar a dívida norte-americana.
Aleksei Antonov, analista da corretora russa Alor Broker, disse à revista russa Expert que os principais detentores da dívida pública dos EUA, a China e o Japão, também reduziram demanda por títulos do Tesouro norte-americano. Nos últimos tempos, a China realizou a venda de seus títulos do Tesouro dos EUA no valor de 7,7 bilhões de dólares (R$ 32 bilhões), enquanto que o Japão se livrou dos títulos no valor de 72 bilhões de dólares (R$ 290 bilhões).
A moeda norte-americana começa a perder status de única moeda de reserva confiável e atualmente o dólar forte não é o argumento principal que determina as decisões de investidores, que estão optando por investir em ativos com mais risco. Por isso, há grandes chances de os detentores da dívida pública dos EUA continuarem se livrando dos títulos do Tesouro norte-americano.