150 dias de prisão: jornalistas organizam ação em apoio ao colega russo detido na Ucrânia

Nesta sexta-feira (12), completam-se 150 dias desde a detenção em Kiev de Kirill Vyshinsky, chefe do portal de notícias RIA Novosti Ucrânia. Jornalistas se juntaram na sede da agência Rossiya Segodnya em Moscou para mostrar solidariedade com colega.
Sputnik

Cerca de 100 colegas do jornalista levantaram um grande banner com o retrato de Vyshinsky e a hashtag #TruthNotTreason com linhas escuras ao fundo, simbolizando a prisão e violação da liberdade de expressão na Ucrânia, onde o jornalista foi acusado de traição por expressar uma opinião contraditória à das autoridades ucranianas.

Jornalistas segurando o banner em preto e branco

Em segundo momento, o retrato em preto e branco ganha cores e no céu foram lançados numerosos balões brancos, simbolizando a esperança que a justiça será restabelecida e o jornalista será libertado.

Participantes da ação lançando no ar balões brancos

"Kirill é prisioneiro de consciência detido por sua atividade profissional. Espero que cresça a pressão sobre as autoridades ucranianas criando uma situação em que seja impossível manter nosso amigo e colega na prisão", declarou o diretor-geral da agência Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev.

Kiselev espera que a comunidade internacional de jornalistas ajude no assunto. A ação demonstrada hoje pode não resolver o caso, acrescentou, mas "haverá centenas".A editora-chefe da Sputnik e do RT, Margarita Simonyan, também se pronunciou em apoio ao jornalista frisando não haver nenhuma razão para sua prisão.

Ação em apoio a Kirill Vyshinsky

"São 150 dias vergonhosos, não para Poroshenko, Europa ou EUA, claro, mas para o futuro da Ucrânia", opinou.

Caso Vyshinsky

O chefe do portal RIA Novosti Ucrânia foi detido em Kiev, no dia 15 de maio, acusado de apoiar as autoproclamadas República Popular de Donetsk (RPD) e República Popular de Lugansk (RPL). O jornalista pode ser condenado a 15 anos de prisão. Dois dias após a detenção, o tribunal ucraniano de Kherson decretou a prisão preventiva do jornalista por 60 dias.

Vladimir Putin se referiu à prisão de Vyshinsky como sendo algo sem precedentes, tendo Moscou enviado uma nota de protesto a Kiev exigindo o fim da violência contra jornalistas.

Em 5 de setembro, o tribunal de Kherson estudou a possibilidade de manter ou mudar o prazo de prisão e decidiu prolongar a detenção até 4 de novembro.

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