Nomeado pelo ex-presidente Barack Obama em 2009. Shannon foi embaixador no Brasil até setembro de 2013, quando foi substituído por Liliana Ayalde. Diplomata de carreira e profundo conhecedor da América Latina, o diplomata defendeu durante entrevista com a BBC que o Brasil se candidate como "membro-afiliado" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
"O lado importante de se alinhar com os países da OTAN é que esta é provavelmente o principal arranjo coletivo de segurança no mundo e liga algumas das forças armadas mais capazes e inovadoras do mundo", disse Shannon, afirmando ainda que uma decisão desta importância daria ao Brasil a oportunidade de trabalhar em desafios globais. "É uma ideia interessante, acho que sublinha a criatividade que existe em parte da equipe que o presidente eleito reuniu e vamos ver qual será a resposta", completou em referência à eleição de Jair Bolsonaro.
Na mesma entrevista, Shannon considerou ainda que a Venezuela dominará a agenda de cooperação entre EUA e Brasil. Ele, porém, disse não apoiar a ideia já ventilada por Donald Trump e pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro em invadir Caracas e forçar a mudança de Regime. "Essa é uma pergunta que você vai precisar fazer ao presidente eleito e à sua equipe. Mas uma intervenção militar na América do Sul é algo que não acontece há muito, muito tempo. Não é uma boa ideia".
Se seguir a proposta do ex-embaixador, o Brasil se tornará o segundo país latino a se juntar à Aliança, em um movimento inaugurado pela Colômbia em março deste ano depois de 5 anos de negociações. Afeganistão, Austrália, Coreia do Sul, Iraque, Mongólia, Japão, Nova Zelândia e Paquistão mantêm o mesmo status.