'Febre do ouro': por que bancos centrais estão comprando metal precioso em ritmo recorde?

Os bancos centrais de todo o mundo adquiriram nos últimos três meses mais de 148 toneladas métricas de ouro, o que equivale a um aumento de 22% nas compras em comparação com o mesmo período do ano passado, informa a World Gold Council.
Sputnik

As vendas do metal precioso totalizam neste trimestre aproximadamente US$ 5,8 bilhões (R$ 21 bilhões).

A Turquia e a China, países que nos últimos meses viram suas relações com os Estados Unidos se deteriorarem, foram os compradores mais ativos. A Rússia foi o país que mais adquiriu, aumentando suas reservas para 2.036 toneladas, com um valor de mercado próximo de US$ 78 bilhões (R$ 288 bilhões).

Rússia compra quantidade recorde de ouro
Desde o final do ano passado, Ancara reduziu quase metade de sua participação em investimentos na dívida pública dos EUA, ao mesmo tempo que o Banco Central russo, durante este ano, também reduziu drasticamente os investimentos em dívida soberana dos EUA, relata a RIA Novosti.

Pequim é outra capital que vem reduzindo regularmente a quantidade de títulos do governo dos EUA, neste caso devido às sanções americanas introduzidas sobre as importações de produtos chineses. Se os chineses liberarem os títulos aos mercados, a China condenará a economia americana a uma crise financeira sem precedentes.

Com uma crescente instabilidade econômica mundial e a perspectiva de uma crise global cada vez mais real, os especialistas acreditam que a economia americana e o dólar serão os mais afetados. 

A especialista em pesquisas de mercado cambial, Ulf Lindahl, ressaltou recentemente que o dólar está à beira do colapso, prevendo sua desvalorização em 40% em relação ao euro nos próximos cinco anos, escreveu a Bloomberg.

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Além dos investimentos em ativos americanos estarem acompanhados de riscos, poderá ocorrer a diminuição do montante de dinheiro disponível para investir, resultando no aumento dos rendimentos dos títulos do governo, e encaminhando os fundos do mercado de ações para títulos federais.

O custo dos empréstimos para as empresas também aumentará, de modo que cada vez mais fundos serão gastos no serviço da dívida e menos no desenvolvimento, o que resultará no enfraquecimento dos compradores e rápido declínio das cotações.

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