Os republicanos atualmente têm a maioria nas duas casas do Congresso, porém as pesquisas de intenção de voto apontam os democratas como favoritos a conseguirem a maioria das cadeiras na Câmara dos Representantes. Essa conquista dividiria o legislativo norte-americano e colocaria em risco a agenda do presidente dos EUA, Donald Trump.
As eleições legislativas de meio termo, assim também conhecidas por acontecerem na metade do mandato presidencial, são consideradas um referendo simbólico acerca da performance do presidente, uma realidade conhecida por Donald Trump, que disse recentemente: "Eu não estarei nas urnas, mas estou nas urnas, porque isso é também um referendo sobre mim".
Com polarização em alta, eleição pode bater recorde de votos
Milhares de seções eleitorais ao longo do território dos Estados Unidos abrirão entre meio dia e 13h na terça-feira (6). As urnas receberão votos para decidir as 435 cadeiras na Câmara dos Deputados dos EUA e 35 das cadeiras do Senado. Os eleitores escolherão deputados para mandatos de dois anos e senadores para mandatos de seis anos. Os eleitores norte-americanos também elegerão governadores nos estados, assim como deputados estaduais.
Apesar das expectativas de que um grande número de eleitores compareça às urnas, a corrida pelo Congresso segue em aberto.
A preocupação com temas como saúde, economia e imigração podem tirar um número recorde de eleitores de suas casas este ano. Segundo uma pesquisa divulgada pelo instituto Gallup em 2 de novembro, as principais preocupações dos eleitores que vão às urnas nesta terça-feira (6) são a implementação de um sistema de saúde mais inclusivo e questões relacionadas à economia e imigração.
Dentre os eleitores registrados, cerca de 72% afirmam que têm grande interesse nas eleições legislativas de 2018, de acordo com uma pesquisa da NBC/Wall Street Journal divulgada no domingo (4). O índice é cerca de 10% maior do que nas eleições de 2014. Uma outra pesquisa divulgada pela ABC/Washington Post identificou que 80% dos entrevistados afirmam que certamente irão votar ou mesmo já votaram.
Apesar de que a maioria dos cidadãos norte-americanos votarão na terça-feira (6), milhões já o fizeram. Cerca de 30 milhões de votos foram registrados até o dia 3 de novembro, de acordo com o New York Times. A quantia excede o total registrado no mesmo período das últimas eleições legislativas em cerca de 3 milhões de votos.
Uma forma tangível de mensurar a importância destas eleições para os partidos é o recorde de gastos e arrecadação das campanhas. Mais de US$ 5 bilhões serão gastos no total, o que faz das eleições legislativas de 2018 a mais cara da história nos EUA, segundo publicou o centro de pesquisa Center for Responsive Politics em um relatório na semana passada.
O que mostram as pesquisas?
Atualmente, o partido Republicano tem 240 cadeiras na Câmara, contra 195 dos democratas. Para garantir a maioria, os democratas têm que conquistar pelo menos mais 23 cadeiras, alcançando assim as 218 necessárias.
Até a segunda-feira (5), o site RealClearPolitics, um agregador de pesquisas, apontava que os democratas venceriam 202 cadeiras e os Republicanos 195. A disputa pelas 38 cadeiras restantes estaria incerta.
Das 35 cadeiras que serão disputadas nesta terça-feira (6), 26 pertencem ao partido Democrata, que precisa tomar 2 cadeiras dos republicanos para alcançar a maioria.
De acordo com o site RealClearPolitics, as pesquisas apontam um cenário mais favorável aos republicanos, que teriam a maioria garantida. Segundo o site, há uma expectativa de que, ao fim da eleição, 49 cadeiras estejam nas mãos republicanos, enquanto os democratas estariam próximos de terminar o pleito com 43 cadeiras. O destino das 8 cadeiras restantes segue incerto.