Analista comenta afirmação de Trump sobre culpa de Obama por perda da Crimeia

O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou o ex-presidente Barack Obama de ser o culpado de a Ucrânia ter perdido a península da Crimeia. O cientista político Igor Shatrov comentou essa declaração ao serviço russo da Rádio Sputnik, assinalando que a Rússia permanece um fator importante da luta política interna nos EUA.
Sputnik

No decorrer da conferência de imprensa depois das recentes eleições nos EUA, Donald Trump respondeu à afirmação de um jornalista sobre "a anexação da Crimeia por Putin" dizendo que "foi o regime do presidente Obama. Foi o presidente Obama que permitiu que isso acontecesse".

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A Crimeia se reunificou com a Rússia em 2014 depois de um referendo no qual mais de 96% dos residentes votaram pela reunificação. No entanto, Kiev ainda considera a península como território ucraniano. As autoridades russas ressaltaram inúmeras vezes que a reunificação ocorreu de acordo com as leis internacionais.

O cientista político e vice-diretor do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Ideologia Moderna, Igor Shatrov, afirmou ao serviço russo da Rádio Sputnik, que, na sua opinião, a declaração de Trump tem a ver com o combate político interno nos Estados Unidos.

"Eu encaro essa notícia como um ‘déjà vu'. Há vários meses, Trump disse quase palavra por palavra o mesmo sobre o ex-presidente Obama e a situação ao redor da Crimeia. É óbvio o que Trump subentendeu: Obama realizava uma política demasiado branda em relação à Rússia", disse.

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Para ele, essa repetição indica o início da campanha eleitoral de Trump para ser reeleito. Os resultados bastante ambíguos das eleições de meio de mandato para o Congresso criaram um parlamento dividido, o que criará "turbulência política nos EUA", destacou Igor Shatrov.

"Durante os próximos dois anos, a luta política, que não se acalmou depois das eleições, aumentará a cada dia até às eleições presidenciais. É por isso que a troca de recriminações continua. Os partidários de Obama continuarão, por sua vez, lançando acusações contra Trump. Mas Trump, se antecipando, começou sua ofensiva de grande escala", opina o cientista político.

Segundo ele, os oponentes políticos nos EUA não encontraram outros argumentos senão lembrarem-se novamente da Rússia, país que "permanece um fator importante da luta política nos EUA".

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