EUA criam unidade de treinamento de agressão para simular submarinos russos e chineses

A Marinha dos Estados Unidos quer criar uma unidade especial que imite submarinos russos e chineses para treinar estratégias de guerra.
Sputnik

"Estamos estabelecendo um esquadrão agressor com uma equipe que se tornará especialista em empregar as capacidades potenciais de nossos adversários e, em seguida, configurá-los para ser capaz de ir frente a frente com nossas unidades de modo que estamos sempre treinando contra o que achamos ser a simulação de maior fidelidade possível em termos do que poderiam esperar quando entrarem em combate", disse o vice-Almirante Charles Richards, da Marinha dos EUA, citado pelo The Drive.

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Este é "um quadro que não faz nada além de imitar o vermelho em todos os nossos exercícios de treinamento e certificação", acrescentou.

De acordo com Richards, o projeto seria muito parecido com o programa de treinamento avançado TOPGUN da Força Aérea, mas para submarinos. Nele, os pilotos que passam por uma bateria avançada de testes e depois retornam às suas bases como instrutores.

"Nós reestruturamos e retornamos o período de treinamento de ataque rápido para garantir que estamos prontos para essa luta de alto nível, incluindo reestruturar o que costumávamos chamar de Avaliação de Prontidão Tática e agora é a Avaliação de Preparação de Combate para garantir que estamos focado na guerra", comentou Richards.

No entanto, as coisas podem se mostrar mais complicadas do que isso. Atualmente não há submarinos para equipar uma unidade deste tipo. A Marinha dos EUA se esforça para equipar sua frota regular com submarinos, devido a uma grande reserva para manutenção. No momento, não há planos para conceder ao esquadrão submarinos próprios para treino, disse a porta-voz da Força Aérea dos EUA, Sarah Self-Kyler, ao USNI News.

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Sem submarinos próprios, uma unidade "vermelha" terá que esperar até que um submarino regular esteja pronto para assumir uma missão de treinamento "agressora", limitando significativamente o número de operações possíveis e reduzindo significativamente a oportunidade de transferir a experiência para outras tripulações.

O problema pode ser evitado pelos submarinos de força nuclear da Marinha dos EUA, que são significativamente mais caros de produzir e manter e têm um certo perfil acústico inadequado para treinar tripulantes contra embarcações russas. 

Tanto a Rússia quanto a China usam os chamados sistemas de propulsão independentes de ar, que funcionam com baterias elétricas e são carregados por um gerador a diesel, permitindo que se movam em silêncio quase absoluto, contanto que a bateria esteja carregada. Os submarinos nucleares, por outro lado, precisam bombear constantemente o refrigerador e usar outros sistemas que geram um ruído constante, embora fraco.

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Em 2005, os EUA tomaram emprestado um submarino sueco, o HSMS Gotland, para simular como agressor durante os exercícios da Marinha. Para surpresa e constrangimento do Pentágono, a embarcação "afundou" um porta-aviões norte-americano de US$ 6,2 bilhões. O resultado foi repetido várias vezes durante os dois anos de simulações de guerra, constatando que acústica da Marinha dos EUA não estava preparada para interceptar um barco furtivo.

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