Embora os maiores exercícios nos últimos 15 anos tenham sido reconhecidos como bem-sucedidos, na prática os erros de cálculo não puderam ser evitados.
Acidentes nas estradas
Por exemplo, em 23 de outubro três caminhões norte-americanos que seguiam em coluna colidiram uns com os outros por causa da rodovia coberta de gelo, deixando ainda outros quatro veículos capotados na valeta. Em resultado, quatro militares ficaram gravemente feridos, e o movimento na rodovia parou por várias horas. Acidentes semelhantes também aconteceram no mês de novembro.
Batalha naval
Além de diferentes acidentes nas estradas, as manobras Trident Juncture 2018 também foram marcadas por inúmeras falhas em equipamentos militares.
Assim, em 17 de outubro um helicóptero multifuncional francês NH90 TTH se acidentou ao decolar do porta-helicópteros Dixmude, perto da cidade de Dunkirk. A tripulação saiu ilesa, mas quatro marinheiros no convés ficaram gravemente feridos.
Uma semana depois, em 24 de outubro, o azar atingiu o navio de desembarque estadunidense USS Gunston Hall, que não conseguiu contornar uma tormenta no mar da Noruega. Em resultado, dezenas de tripulantes e fuzileiros navais ficaram feridos.
Passados apenas alguns dias, foram registradas duas emergências nos navios da Marinha do Canadá — em 26 de outubro, uma das fragatas pegou fogo, felizmente sem baixas humanas, enquanto em 29 de outubro outra fragata da mesma família ficou à deriva perto da costa britânica. Primeiro, o navio ficou completamente sem eletricidade, mas, graças à mestria dos marinheiros canadenses, acabou reintegrando a esquadra principal.
Maldição do frio
Na Noruega, os militares dos diferentes países-membros da OTAN enfrentaram outro inimigo duro — o clima muito frio. Logo se verificou que nem todos estavam preparados para as temperaturas negativas, escreve o colunista da Sputnik.
Aliás, na terça-feira passada (13) o secretário-geral do bloco, Jens Stoltenberg, informou os jornalistas sobre as frequentes falhas técnicas provocadas pelo frio.
Um problema especial é a falta de uniformes de inverno. Assim, o tenente coronel Uros Trinko que comandou o contingente esloveno durante as manobras, revelou que seus subordinados se haviam queixado dos uniformes e calçado, que eram totalmente inadequados para a umidade e o frio noruegueses.
Já os militares holandeses, por sua vez, nem sequer receberam uniformes mais quentes do seu comando.
Confusões de outro tipo
Já na Noruega, os residentes denunciaram diversas vezes os militares da OTAN por estes satisfazerem suas necessidades em plena rua — perto de jardins de infância, escolas e estruturas esportivas.
Outros descontentes foram os fazendeiros, cujos campos foram "lavrados" pelos tanques da OTAN, além de cercados, árvores e redes de eletricidade danificados.