Após G20, príncipe herdeiro da Arábia Saudita visitará a Argélia

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, chegará no domingo à Argélia para uma visita de dois dias, informou neste sábado (1) a agência de notícias APS.
Sputnik

O encontro ocorre após a cúpula do G20, na Argentina. O herdeiro do trono do maior exportador de petróleo do mundo visitou Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Egito e Tunísia antes da cúpula. 

É sua primeira viagem ao exterior desde o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, que prejudicou os laços da Arábia Saudita com o Ocidente e danificou a imagem do príncipe no exterior.

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A Arábia Saudita disse que o príncipe não tinha conhecimento prévio do assassinato. Depois de oferecer inúmeras explicações contraditórias, Riad disse no mês passado que Khashoggi havia sido morto e seu corpo desmembrado quando as negociações para persuadi-lo a retornar à Arábia Saudita fracassaram.

Investimentos argelinos-sauditas e relações comerciais como os setores petrolífero e petroquímico seriam discutidos, disse a APS.

As exportações sauditas para a Argélia cresceram 29% em comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 571 milhões nos primeiros 10 meses deste ano.

O ministro da Energia da Argélia, Mustapha Guitouni, disse na semana passada que os preços globais do petróleo não estariam na agenda. A Argélia é um dos poucos países árabes que mantém boas relações com a Arábia Saudita, bem como com seu rival Irã.

Argel também tem fortes laços com o Qatar, com o qual a Arábia Saudita e outros três estados árabes romperam laços comerciais e de transporte em junho de 2017. Os quatro acusaram Doha de apoiar o terrorismo e o Irã.

O membro africano da OPEP também tem em boas relações com a Turquia — cujas relações com a Arábia Saudita foram prejudicadas pelo assassinato de Khashoggi.

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O herdeiro saudita não deve enfrentar protestos pelo assassinato como ocorrido na Tunísia, pois as manifestações são proibidas na capital argelina, Argel.

Mas um grupo de jornalistas proeminentes e intelectuais publicou uma carta aberta protestando contra sua visita, dizendo que era "antiético e politicamente inapropriado".

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