O lítio é um metal utilizado na fabricação de baterias usadas em muitos produtos eletrônicos, dentre eles smartphones e carros elétricos, produtos esses que põem a China em posição privilegiada no mercado mundial.
Atualmente a SQM é a maior produtora mundial de lítio, sendo responsável por quase um quarto da produção global. Não se deve se esquecer da gigante australiana de lítio Albemarle, na qual a Tianqi chinesa também tem uma participação. Se acrescentarmos a mineração interna, a empresa chinesa controla 70% de todo o mercado mundial do metal.
"Dado que a China é uma fábrica global, é necessário satisfazer não só a demanda interna deste metal, mas também usá-lo para produtos que têm demanda em todo o mundo", explicou à Sputnik Liu Ying, pesquisador do Instituto Chongyang de Pesquisa Financeira da Universidade Popular da China.
Segundo o especialista, as fabricantes estrangeiras de lítio estão muito interessadas em cooperar com as empresas chinesas, porque com o aumento da demanda de produtos chineses, aumentam os preços das matérias-primas. Vale destacar que até mesmo mineradoras de lítio de outros países saem ganhando.
"A extração de lítio chileno e seu fornecimento à China proporcionam matéria-prima para produção de baterias chinesas, que alimentam smartphones e carros por todo o mundo. Trata-se de um processo de cooperação estreita entre cadeias de produção globais, cadeias de valor e fornecimentos", adicionou.
Além disso, os maiores depósitos de lítio da China estão geograficamente localizados em lugares que são muito remotos e montanhosos. Os lagos de lítio, localizados em Xangai e Tibete, contêm, de acordo com estimativas, até 80% de todas as reservas do metal no país, em regiões de difícil acesso.
Todos estes fatores tornam desvantajosa a extração mineral nestas regiões. Mesmo assim, Liu Ying está confiante de que "a demanda do lítio só crescerá no futuro".
"O mundo está abandonando aos poucos o petróleo por novas fontes de energia, principalmente eletricidade. Sem contar que ainda não foram inventadas melhores alternativas para produção de baterias. É certo que o lítio pode se converter no ‘petróleo do século XXI', ou seja, monopolização deste mercado é uma perspectiva muito atrativa. Além do mais, há muito menos lítio na Terra do que hidrocarbonetos", concluiu.