O FEM revelou nesta terça-feira sua programação para o encontro anual na luxuosa cidade turística de esqui suíça, onde o foco deste ano é "Moldar a Arquitetura Global na Era da Quarta Revolução Industrial".
O evento de cinco dias começa na segunda-feira e espera-se que atraia cerca de 3.000 pessoas de elites políticas e empresariais, incluindo 65 chefes de Estado e de governo.
A principal atração do ano passado foi o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou no último minuto que participaria da reunião anual de mobilizadores e agitadores globais.
Trump havia anunciado inicialmente que ele também participaria este ano, mas, diante de uma paralisação parcial do governo dos EUA, enquanto luta para garantir fundos para um muro na fronteira, ele decidiu cancelar a viagem na semana passada.
Isso permitirá que Bolsonaro, outro populista de direita, ocupe o centro do palco do evento. Ele fará um discurso para a reunião de elite na tarde de terça-feira.
O encontro nos Alpes Suíços marcará a primeira viagem internacional do presidente brasileiro desde sua posse em 1º de janeiro.
Bolsonaro, que será acompanhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, prometeram apresentar "um Brasil diferente, livre de vínculos ideológicos e corrupção generalizada" na reunião.
"Estamos entrando em um período de profunda instabilidade global", alertou o fundador e presidente executivo da FEM, Klaus Schwab, em um comunicado, apontando para a interrupção causada por novas tecnologias e mudanças no equilíbrio geopolítico.
"Cuide dos perdedores"
"Temos que definir uma nova abordagem da globalização, que é mais abrangente", comentou Schwab, de 80 anos, a repórteres. "A globalização produz vencedores e perdedores […] Agora temos que cuidar dos perdedores, depois daqueles que foram deixados para trás".
Perguntado se a ausência de Trump prejudicaria os debates sobre o futuro da globalização, o presidente do FEM, Borge Brende, disse que a reunião incluiria "discussões cruciais sobre como a globalização vai avançar".
Enquanto Trump perderá o evento deste ano, a formação de Davos incluirá "secretários-chave", disse ele, incluindo o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross.
A chanceler alemã Angela Merkel estará presente, assim como seu colega austríaco, Sebastian Kurz, bem como os presidentes do Iraque, Afeganistão, Colômbia, Peru, Ruanda, Uganda e Zimbábue.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardem, estarão presentes, assim como os primeiros-ministros da Itália, Espanha, Israel, Holanda, Noruega, África do Sul e Vietnã.
O chefe das Nações Unidas, Antonio Guterres, também participará, acompanhado pelos chefes das agências da ONU para o comércio, trabalho, refugiados e direitos humanos, bem como os chefes do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da OTAN.
O mundo dos negócios também será bem representado, com os chefes de cerca de 1.700 empresas esperadas para estar na mão.
Ativistas e líderes da sociedade civil também sairão em vigor, incluindo o Prêmio Nobel Denis Mukwege, cirurgião na República Democrática do Congo que ajuda as mulheres a se recuperarem do trauma do estupro.
A estudante sueca Greta Thunberg, de 15 anos, que está por trás de uma campanha juvenil crescente em todo o mundo, pedindo a parlamentares que reduzam as emissões de gases causadores do efeito estufa e evitem o aquecimento global, também planeja viajar de trem da Suécia para participar.