É encontrada vida em lago antártico escondido por baixo de 1 km de gelo

Os cientistas supõem que a existência de formas de vida ali pode dar esperança de encontrar organismos semelhantes no interior de Marte ou nas luas geladas de Júpiter e Saturno.
Sputnik

Pesquisadores do projeto Acesso Científico aos Lagos Subglaciais Antárticos (SALSA, na sigla em inglês) encontraram vida na água do Lago Mercer, na Antártica, que fica debaixo de uma geleira, sem luz solar, e representa um dos ambientes mais extremos na Terra.

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A equipe científica conseguiu tomar amostras desse lago depois de perfurar o gelo com mais de um quilômetro de espessura até alcançar a água líquida. A primeira análise da água obtida mostra a presença de 10.000 células bacterianas por mililitro, revelou o professor de ecologia polar na Universidade de Montana (EUA) e líder da missão, John Priscu, ao portal Live Science.

Tão grande número de bactérias significa que existirá uma quantidade significativa nas massas de água que estão escondidas sob a camada de gelo e sem luz solar, embora represente apenas cerca de 1% do volume que pode ser encontrado no oceano.

Formas de vida mais avançadas

Essas bactérias recentemente descobertas permitem pensar que na água subterrânea mais profunda também podem existir outras formas de vida mais avançadas, como, por exemplo, animais microscópicos, suspeitam os cientistas.

"Vimos muitas bactérias e o sistema [do lago] tem matéria orgânica suficiente", declarou o investigador, adicionando que pode conter formas de vida superiores.

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O lago Mercer mede quase 160 quilômetros quadrados e foi descoberto há mais de uma década através de imagens de satélite, mas nunca havia sido explorado antes. É um lago subglacial drenado periodicamente, localizado a mais de um quilômetro debaixo da Planície de Gelo de Whillans, na Antártida Ocidental.

Este é um dos 400 lagos que se encontram sob o gelo da Antártida, e especialistas dizem que, caso sejam encontradas formas de vida ali, isso poderia dar esperança de encontrar organismos semelhantes no interior de Marte ou nas luas geladas de Júpiter e Saturno.

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