Segundo o jornal South China Morning Post, o radar permitirá que o país mantenha uma vigilância constante em uma área de mais de 3 milhões de km².
Além disso, ele permitirá a detecção de ameaças provenientes de embarcações, aeronaves e mísseis inimigos de uma forma mais rápida e eficiente do que as atuais tecnologias.
O programa chinês de radares mais além do horizonte (OTH, em inglês) se tornou de conhecimento público após o cientista líder do projeto e professor do Instituto de Tecnologia Harbin, Liu Yongtan, receber o prêmio científico mais importante da China, diretamente das mãos do presidente chinês, Xi Jinping.
"Utilizando tecnologias tradicionais, nosso monitoramento e vigilância poderiam cobrir apenas 20% do nosso território marítimo. Com o novo sistema, podemos cobrir toda a área", declarou Liu ao South China Morning Post.
Os radares OTH baseados em terra foram desenvolvidos pelos EUA e pela União Soviética durante a Guerra Fria, no entanto, muitos deles foram fechados ou suspensos devido a vulnerabilidades.
Devido à grande quantidade de energia necessária e à necessidade de serem instalados em territórios planos e abertos, estes sistemas são vulneráveis a ataques. No entanto, o novo sistema OTH pode estar baseado em navios, segundo um membro anônimo do projeto.
Contudo, para integrar a tecnologia em embarcações, os cientistas deverão superar uma série de desafios, sendo eles, o ajuste da frequência do radar, a despolarização e a direção para se adaptar à distância da zona objetiva e condições na ionosfera.
Além disso, as embarcações receptoras também precisarão de dispositivos complexos para compensar o movimento causado pelo mar.
Vale ressaltar que, a China não é o único país que está desenvolvendo a tecnologia OTH de radares, pois a empresa americana Raytheon recebeu uma patente em 2016 para o desenvolvimento de um sistema similar, que possui um alcance de detecção de mais de 1.000 km e pode cobrir uma área de mais de 3,4 milhões de km².