Uma nova pesquisa científica analisa planetas extrassolares no sistema exoplanetário Kepler-107 para tentar compreender como astros no mesmo sistema e com tamanhos semelhantes podem ter uma gama tão ampla de densidades.
Astrofísicos têm estudado o sistema exoplanetário Kepler-107 através do Telescópio Nazionale Galileo (TNG), localizado em La Palma, na Espanha.
Os exoplanetas Kepler-107b e 107c têm respectivamente raios de 1,53 e 1,59 (em relação ao raio da Terra), períodos orbitais de 3,18 e 4,9 dias, mas densidades de 5,3 e 12,65 gramas por centímetro cúbico.
Além disso, o que intriga ainda mais os cientistas é o fato de Kepler-107c ser uma planeta externo e possuir uma densidade tão alta, visto que planetas externos do Sistema Solar como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno têm densidades muito mais baixas, pois são formados de gelo e gases frios, enquanto os planetas internos são feitos de materiais que sobreviveram à radiação solar, como silicato e ferro.
Pesquisadores também acreditam que Kepler-107c possa ter sofrido uma colisão catastrófica que arrancou seu manto de silicato, deixando apenas o núcleo de 70% de ferro.
"Se a nossa hipótese estiver correta, ligaria o modelo geral que temos para a formação do nosso Sistema Solar com um sistema planetário muito diferente do nosso", acrescentou a pesquisadora.
Mistérios do nosso Sistema Solar, como as dúvidas em relação ao núcleo metálico de Mercúrio que cobre uns 85 % de seu corpo, poderiam ser desvendados com a descoberta da origem de Kepler-107c.