Fugitivas de campos terroristas: bomba-relógio para a segurança europeia?

No contexto das preocupações de segurança relacionadas aos retornados jihadistas ao Reino Unido provenientes da Síria, bem como o caso de Shamima Begum, a agência Sputnik Internacional discutiu com Nick Griffin, ex-membro do Parlamento Europeu, o futuro que espera as garotas voltadas da Síria.
Sputnik

O caso de Shamima Begum, uma adolescente britânica de 19 anos que fugiu para a Síria para se casar com um combatente do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia), e que está tentando voltar para casa depois de passar quatro anos com militantes, provocou controvérsia e preocupações de segurança na Grã-Bretanha.

O chefe do MI6 alertou que os britânicos que retornam da Síria são "potencialmente muito perigosos" e Nick Griffin destacou que mulher, que em entrevista deixou claro que respeita decapitação de prisioneiros de guerra indefesos, só pode ser caracterizada como uma "fanática impenitente do salafismo".

"Ela e quaisquer crianças que ela vai criar sempre representarão um perigo evidente e sério para as pessoas decentes em todos os lugares. Apesar disso, é inevitável que — depois de uma pequena oposição verbal do secretário de Segurança Interna para salvar a própria pele — ela seja novamente autorizada a regressar para a Grã-Bretanha por uma elite governamental e legal que há muito perdeu as convicções e a vontade de defender os genuínos interesses britânicos", disse Griffin a agência Sputnik Internacional.

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Parte da classe política britânica se opõe ao retorno de Begum ao país. Se for o caso, Griffin explicou que futuro espera Begum na Grã-Bretanha. Segundo o ex-parlamentar, ela receberá imediatamente um apartamento totalmente reformado às custas do contribuinte, além de todos os benefícios.

Ela será entrevistada por policiais respeitosos e assistentes sociais e poderá receber uma ordem simbólica de supervisão. A sanção mais grave que ela realmente pode cerceá-la na "branda Grã-Bretanha" seria ter seu acesso restrito à Internet.

"Dado que a posição oficial do Reino Unido por cerca de 7 anos tem sido fornecer ajuda e apoio de propaganda para os "rebeldes islâmicos moderados", que são aliados da al-Qaeda (sob o nome de al-Nusra na Síria), parece um pouco estranho para o MI6 começar a se preocupar com isso neste estágio", comentou Griffin sobre relatórios recentes de MI6 sobre o ressurgimento da Al-Qaeda.

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De acordo com ele "a destruição do Daesh (principalmente pela Síria, Rússia e Hezbollah, com a contribuição dos curdos) significa que a al-Qaeda vai recrutar pessoas e crescer novamente, representando um risco em potencial para os cidadãos na Grã-Bretanha, América e Europa Ocidental. Para ele, será o resultado da política perversa da elite governante de tentar usar fanáticos como armas da política externa global em lugares como o Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria e Filipinas".

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