Bolsonaro foi entrevistado pela jornalista Shannon Bream, da rede conservadora Fox News, e teve de falar sobre a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada junto ao seu motorista há pouco mais de um ano no Rio de Janeiro.
Perguntado sobre o fato de um dos suspeitos pelos crimes ser morador do seu condomínio, na Barra da Tijuca, Bolsonaro voltou a dizer que não conhecia o policial militar reformado Ronnie Lessa, tampouco tinha informações sobre um suposto namoro de um dos seus filhos com uma filha do PM, que está preso.
O presidente brasileiro também negou que possa ter qualquer ligação com a morte de Marielle, possibilidade por enquanto descartada pelas autoridades do Rio, mas ventilada nas redes sociais por conta das ligações da família Bolsonaro com milicianos – vários homenageados ou cujos parentes foram empregados por integrantes do clã.
"Eu só descobri quem era Marielle Franco depois que ela foi morta. Ela era uma vereadora e eu nunca — nunca ouvi nada sobre sua vida. E mais um ponto: que tipo de motivação eu poderia tem que ser o mentor de algum tipo de assassinato assim? Eu nem sequer a conhecia", declarou.
O mandatário brasileiro, identificado pela Fox News como "o Trump dos Trópicos" polêmico e de extrema-direita, foi questionado ainda sobre o polêmico vídeo de conteúdo explícito que postou em seu Twitter no Carnaval. Na entrevista, ele reforçou que acredita em valores familiares tradicionais e não nutre ressentimento em relação à comunidade homossexual.
Contudo, Bolsonaro criticou o que chamou de tentativas de classificá-lo como um "fanático".
"Uma das coisas que me elegeu como presidente foi o meu sentimento de respeito às famílias, princípios, tradição e costumes. E, claro, o respeito à nossa cultura, bem como à nossa religião. Sou um cristão", alegou o presidente brasileiro, defendendo a sua postagem.
Bolsonaro ainda falou do que espera do seu encontro desta terça-feira com Trump. O presidente brasileiro destacou que concorda com a política atual norte-americana de controle das fronteiras.
"A grande maioria dos potenciais imigrantes não tem boas intenções. Eles não pretendem fazer o melhor — ou fazer o bem ao povo dos EUA", sentenciou Bolsonaro, ele próprio um crítico quando deputado da política migratória brasileira.
O mandatário brasileiro espera que o encontro com o líder dos EUA em Washington seja calcado "na perspectiva de ajudar uns aos outros".