De acordo com um funcionário dos EUA, Assange causou "inconveniência significativa" ao pessoal da missão diplomática. "Eles disseram: 'Isso é demais. Como vamos nos livrar desta pessoa?'", oficial americano cita palavras de funcionários da embaixada.
Ao mesmo tempo, é relatado que, apesar de Assange ser um convidado "custoso e desconfortável" na embaixada, o Equador estava disposto a retirar asilo diplomático somente após negociações secretas sobre destino de Assange.
De acordo com a ministra equatoriana do Interior, Maria Paula Roma, o processo de deportação de Assange começou em 7 de março de 2018, quando o Equador enviou a primeira carta de pedido de garantia ao Reino Unido de que Londres não extraditaria o fundador do WikiLeaks para um país onde ele poderia enfrentar pena de morte.
Segundo o canal, sustentar Assange era muito caro para a embaixada equatoriana. Assim, é relatado que desde 2012 o país gastou 10 milhões de dólares, incluindo serviços médicos, jurídicos e necessidades domésticas. Além disso, a estadia de Assange na embaixada obrigou os funcionários da missão diplomática a alugar instalações adicionais, pois ocupava "muito espaço".
O problema com a rápida transferência de Assange para as autoridades britânicas foi que o fundador do WikiLeaks poderia vir a enfrentar pena de morte, que foi combatida pelo lado equatoriano, e, segundo autoridades, Dalmau era inflexível.
De acordo com o canal, após negociações com o seu homólogo equatoriano, Grenell entrou em contato com o Departamento de Justiça dos EUA para obter uma garantia de que a pena de morte não seria imposta, e o vice-procurador-geral Rod Rosenstein concordou com a proposta, tendo o acordo sido apenas verbal.
Assange é conhecido por publicar material confidencial, que engloba operações militares norte-americanas no Afeganistão e no Iraque. Os materiais detalham episódios individuais, incluindo a morte de civis. De acordo com o WikiLeaks, mais da metade dos mortos no Iraque era civil (por volta 66.000 de 109.000). Além disso, Assange publicou materiais sobre as condições de detenção na prisão americana de Guantánamo em Cuba.
Os EUA acusam agora Assange de conspiração e de publicação de documentos oficiais roubados. O Departamento de Justiça dos EUA informou que, caso Assange seja considerado culpado, pode vir a passar até cinco anos na prisão. De acordo com a decisão do tribunal de Londres, os EUA devem entregar ao Reino Unido os documentos sobre a extradição de Assange até 12 de junho.