A Boeing teria alegadamente pressionado os trabalhadores para acelerarem a produção, ignorando reclamações dos funcionários sobre potenciais riscos de segurança e fabricação defeituosa, de acordo com a investigação realizada pelo The New York Times e baseada em "centenas de páginas de e-mails internos, documentos corporativos e registros federais".
De acordo com o jornal, os trabalhadores da Boeing registraram inúmeras queixas de segurança junto do governo federal sobre questões que vão desde práticas de fabricação de má qualidade até instrumentos e detritos deixados em aviões. As queixas também mencionam a pressão da empresa para que os trabalhadores não denunciem violações da regulamentação às autoridades.
A investigação constatou que os trabalhadores da Boeing instalaram partes defeituosas em aviões nessa fábrica e que algumas aeronaves realizaram voos de teste com instrumentos e aparas de metal dentro do motor ou da cauda, criando riscos significativos de segurança.
Um porta-voz da Boeing enviou ao canal de televisão CNBC um memorando interno enviado hoje aos funcionários da Boeing por Brad Zaback, vice-presidente e diretor-geral do programa 787 da Boeing.
"Uma história publicada no New York Times de hoje, entretanto, dá uma imagem distorcida e imprecisa do programa e de nossa equipe aqui na Boeing South Carolina. Esse artigo apresenta informações distorcidas, refazendo histórias antigas e rumores que há muito foram descartados", escreveu Zaback.
O artigo foi publicado enquanto a Boeing enfrenta várias investigações, incluindo uma investigação criminal federal, ao processo de certificação do Boeing 737 MAX. Todos os voos de aviões Boeing 737 MAX foram suspensos depois de duas catástrofes: uma com um avião da companhia aérea da Indonésia Lion Air, em 29 de outubro de 2018, e a da Ethiopian Airlines em 10 de março, que juntas mataram 346 pessoas. A Boeing também teve que congelar mais de 4.600 encomendas do avião 737.