Mídia revela que fábrica da Boeing produz aviões de má qualidade

O jornal The New York Times informou que sua investigação sobre uma fábrica da Boeing revela que na empresa americana "se valoriza a rapidez da produção acima da qualidade".
Sputnik

A Boeing teria alegadamente pressionado os trabalhadores para acelerarem a produção, ignorando reclamações dos funcionários sobre potenciais riscos de segurança e fabricação defeituosa, de acordo com a investigação realizada pelo The New York Times e baseada em "centenas de páginas de e-mails internos, documentos corporativos e registros federais".

American Airlines decide prolongar banimento de voos usando Boeings 737 MAX
Além disso, o jornal entrevistou mais de uma dúzia de funcionários atuais e antigos de uma fábrica da Boeing, que produz o modelo 787 Dreamliner, e analisou documentos internos revelando "uma cultura que frequentemente valoriza a rapidez de produção acima da qualidade".

De acordo com o jornal, os trabalhadores da Boeing registraram inúmeras queixas de segurança junto do governo federal sobre questões que vão desde práticas de fabricação de má qualidade até instrumentos e detritos deixados em aviões. As queixas também mencionam a pressão da empresa para que os trabalhadores não denunciem violações da regulamentação às autoridades.

A investigação constatou que os trabalhadores da Boeing instalaram partes defeituosas em aviões nessa fábrica e que algumas aeronaves realizaram voos de teste com instrumentos e aparas de metal dentro do motor ou da cauda, criando riscos significativos de segurança.

Descubra o que poderia ter acontecido com voo MH370, segundo ex-piloto da Boeing
O jornal também citou pelo menos uma grande companhia aérea, a Qatar Airways, que ficou frustrada com problemas de fabricação naquela fábrica da Boeing, com a companhia aérea optando por apenas comprar os Dreamliner produzidos em uma fábrica diferente da Boeing desde 2014.

Um porta-voz da Boeing enviou ao canal de televisão CNBC um memorando interno enviado hoje aos funcionários da Boeing por Brad Zaback, vice-presidente e diretor-geral do programa 787 da Boeing.

"Uma história publicada no New York Times de hoje, entretanto, dá uma imagem distorcida e imprecisa do programa e de nossa equipe aqui na Boeing South Carolina. Esse artigo apresenta informações distorcidas, refazendo histórias antigas e rumores que há muito foram descartados", escreveu Zaback.

O artigo foi publicado enquanto a Boeing enfrenta várias investigações, incluindo uma investigação criminal federal, ao processo de certificação do Boeing 737 MAX. Todos os voos de aviões Boeing 737 MAX foram suspensos depois de duas catástrofes: uma com um avião da companhia aérea da Indonésia Lion Air, em 29 de outubro de 2018, e a da Ethiopian Airlines em 10 de março, que juntas mataram 346 pessoas. A Boeing também teve que congelar mais de 4.600 encomendas do avião 737.

Comentar