Reino Unido acusa Rússia de perpetrar 'campanha cibernética maliciosa'

O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, deve acusar a Rússia em discurso de perpetrar ataques à infraestrutura crítica de outros Estados como parte de uma coordenada "campanha cibernética global mal-intencionada", informou o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido.
Sputnik

"Julgamos que os serviços de inteligência da Rússia estão mirando a infraestrutura nacional crítica de muitos países para buscar vulnerabilidades. Essa campanha global também procura comprometer as redes do governo central. Posso divulgar que nos últimos 18 meses, o Centro Nacional de Segurança Cibernética compartilhou informações e avaliações com 16 Aliados da OTAN — e ainda mais nações fora da Aliança — de atividade cibernética russa em seus países", diz o trecho do discurso que Hunt deve falar na Conferência de Defesa Cibernética da OTAN em Londres nesta quinta-feira.

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Os trechos do discurso foram revelados pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido. Ele também falará sobre o compartilhamento de conhecimentos técnicos com outros Estados na tentativa de combater a "ameaça da Rússia". O secretário mencionará os supostos esforços russos para se intrometer nas eleições ucranianas e americanas como ameaças à democracia.

"Eventos recentes demonstram que nossos adversários consideram as eleições democráticas uma vulnerabilidade fundamental de uma sociedade aberta […] Precisamos ter clareza de que qualquer operação cibernética destinada a manipular o sistema eleitoral de outro país e alterar o resultado violaria o direito internacional justificaria proporcionalidade. Juntos, possuímos opções para responder a quaisquer ataques sob a jurisdição do Artigo V [princípio pelo qual um ataque a um país da Aliança equivale a um ataque a todos, gerando resposta conjunta]. Devemos estar preparados para usá-los", escreve Hunt.

Além disso, o secretário de Relações Exteriores pedirá aos aliados que considerem formas de usar efetivamente ferramentas diplomáticas e políticas para combater as ciberatividades maliciosas.

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A Rússia nega ter se envolvido em quaisquer atividades cibernéticas contra outros Estados, incluindo a intromissão em processos eleitorais. Anteriormente, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, sugeriu que o Reino Unido usava a interferência russa para justificar problemas internos, à exemplo das acusações do Partido Democrata nos EUA após a derrota eleitoral em 2016.

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