"O presidente da Rússia, [Vladimir] Putin, e eu compartilhamos um desejo sincero de resolver o problema dos territórios com base em uma nova abordagem", disse Abe em uma reunião com o prefeito da cidade de Nemuro, na ilha de Hokkaido, citado pelo canal de TV NHK.
O premiê japonês lembrou que já foram feitas viagens aéreas dos antigos habitantes das ilhas para visitar os túmulos de seus ancestrais e também foi lançado um projeto piloto no âmbito do programa de atividades econômicas conjuntas da Rússia e do Japão no sul do arquipélago das Curilas.
Em 30 de outubro, o primeiro grupo de viajantes japoneses chegou ao porto russo de Yuzhno-Kurilsk, na ilha de Kunashir, como parte do projeto piloto de visitas turísticas do Japão às ilhas de Kunashir e Iturup, acordadas durante a reunião de Abe e Putin em junho de 2019 em Osaka.
É o primeiro projeto a ser cumprido conforme um acordo de dezembro de 2016 entre as duas partes para estudar a possibilidade de desenvolver atividades econômicas conjuntas na região disputada.
Durante décadas, Tóquio condicionou a assinatura de um tratado de paz com a Rússia, uma questão pendente desde 1945, ao retorno das ilhas Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai para o seu controle, com base no Tratado Bilateral de Comércio e Fronteiras, assinado com Moscou em 7 de fevereiro de 1855.
A Rússia, por sua vez, enfatiza que esses territórios foram transferidos para a União Soviética por acordos internacionais no final da Segunda Guerra Mundial e que o país assumiu a soberania sobre os mesmos como sucessor legal da URSS.
Em novembro de 2018, Abe e Putin concordaram, durante uma reunião em Cingapura, em promover negociações sobre o tratado de paz com base na declaração soviético-japonesa de 1956, único documento reconhecido por ambas as partes.
Em 14 de janeiro, em Moscou, foi realizada a primeira rodada de negociações entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e seu colega japonês, Taro Kono, no qual as partes confirmaram a disposição de trabalhar com base nessa declaração.