No encontro realizado no Palácio do Planalto, divulgado como parte de investigação sobre interferência do presidente Jair Bolsonaro em investigações da Polícia Federal, Weintraub afirmou: "Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF".
Moraes determinou nesta terça-feira (26) que o ministro preste depoimento à Polícia Federal, no âmbito de inquérito do Supremo Tribunal Federal, aberto em março de 2019, que investiga ataques e notícias falsas contra a corte e seus ministros.
O juiz apontou que Weintraub pode ter cometido os crimes de injúria e difamação, assim como crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, de 1983, redigida no final do regime militar.
'Ameaça à segurança dos ministros'
"A manifestação do ministro da Educação revela-se gravíssima, pois, não só atinge a honorabilidade e constituiu ameaça ilegal à segurança dos ministros do Supremo Tribunal Federal, como também reveste-se de claro intuito de lesar a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado de Direito", escreveu Moraes em seu despacho.
Além disso, na segunda-feira (25), o Senado aprovou convocação de Weintraub à Casa, ainda sem data definida, para explicar as declarações. O comparecimento é obrigatório, com base na Constituição Federal. Caso contrário, Weintraub pode responder por crime de responsabilidade.
Além de defender a prisão dos ministros do STF e de chamá-los de "vagabundos", Weintraub disse que odiava os termos "povos indígenas" e "povo cigano" e classificou Brasília como "uma porcaria", "um cancro de corrupção, de privilégio".