Durante discurso da 75ª Assembleia Geral da ONU, realizada virtualmente devido à pandemia da COVID-19, Walid Muallem, ministro das Relações Exteriores da Síria, acusou Ancara de ocupar territórios sírios e criar terreno fértil para os terroristas.
O diplomata de Damasco também afirmou que a Turquia é "uma das maiores patrocinadoras de terror na Síria e na região" por ter facilitado a "entrada de dezenas de milhares de terroristas estrangeiros na Síria e ainda oferece todas as formas de apoio à Frente al-Nusra [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] e a outras organizações terroristas".
A Turquia também está cometendo "um crime de guerra e um crime contra a humanidade" restringindo o acesso civil à água em várias cidades controladas por forças turcas, acrescentou Muallem.
Além de Ancara, o chanceler sírio denunciou igualmente a "presença ilegítima" dos EUA e de Israel nas Colinas de Golã, prometendo que a Síria "não pouparia nenhum esforço" para "restaurar" sua soberania sobre os territórios.
O próprio presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse em seu discurso que o conflito na Síria continua ameaçando a segurança e a estabilidade regionais. Ele argumentou que a Turquia abriga quatro milhões de refugiados sírios deslocados pela guerra, e que o país desempenha um papel decisivo na luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), e que ele queria ver uma "solução permanente" para a situação na Síria.
A Turquia tem sido um dos principais protagonistas da Guerra na Síria, que dura desde 2011, e tem lançado incursões militares ao país sob o pretexto de atacar grupos de milícias curdas, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) e as Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo), que Ancara considera organizações terroristas.