Todas as tentativas de minar as relações entre Pequim e Honiara "estão destinadas ao falhanço", disse a embaixada da China nas Ilhas Salomão após protestos violentos no país, seguidos por uma moção de censura ao premiê Manasseh Sogavare.
A moção foi apoiada por 15 legisladores na legislatura das Ilhas Salomão, mas 32 votaram a seu favor do premiê, que condenou a tentativa de o afastar do poder.
"O apelo para eu me demitir foi feito contra o pano de fundo de uma tentativa de golpe ilegal", comentou, e chamou seus orquestradores de "agentes de Taiwan".
Os legisladores da oposição afirmaram que a carreira política do primeiro-ministro dependia do dinheiro do Fundo de Desenvolvimento Nacional da China, para o financiamento de hospitais e universidades. O líder da oposição Matthew Wale argumentou que isso impede que Sogavare tome decisões independentes.
O voto de não-confiança aconteceu após os desacatos de 24 de novembro na capital Honiara, que levaram a quatro mortos no bairro Chinatown da cidade. Os protestos começaram depois que Manasseh Sogavare recusou falar com representantes da província Malaita, que se opõem a investimentos da China e querem que os negócios chineses sejam banidos do país.
Trata-se da continuação de um conflito que remonta a 2019, quando o governo das Ilhas Salomão cortou as relações com Taipé, a favor de Pequim. A República Popular da China não reconhece a existência de Taiwan, a qual considera uma província rebelde que um dia se reunificará com o país.