Em reunião do conselho para o desenvolvimento da sociedade civil e dos direitos humanos nesta quinta-feira (9), o presidente russo Vladimir Putin disse que a situação em Donbass se assemelha a um genocídio.
"Podemos ver claramente e saber o que está acontecendo em Donbass agora. Isso, é claro, se assemelha muito a um genocídio, sobre o qual você mencionou", disse Putin, falando com Kirill Vyshinsky, jornalista russo e ucraniano e ex-diretor da agência RIA Novosti Ucrânia.
Putin sugeriu que o sentimento anti-Rússia era o primeiro passo para o genocídio e enfatizou que é preciso "agir com muito cuidado para não desvalorizar o significado desses conceitos".
Agentes dos serviços de segurança trabalham no local de uma explosão em Lugansk, na região ucraniana de Donbass. Foto de arquivo
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/ Infelizmente, disse ele, "os conceitos devem refletir a realidade dos eventos que ocorrem no terreno. Vamos pensar sobre isso", pediu.
Os comentários do presidente da Rússia fazem coro às declarações, feitas também nesta quinta-feira (9), da representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova. Segundo ela, a União Europeia se juntou ao processo de militarização da Ucrânia.
A representante notou que Kiev, com apoio do Ocidente, tenta passar a responsabilidade para a Rússia, enquanto Moscou é apenas um mediador no processo de pacificação.
As autoridades ucranianas começaram em abril de 2014 uma operação militar contra as repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk, que declararam sua independência após o golpe de Estado em Kiev em fevereiro de 2014.
Moscou alega repetidamente que Kiev não cumpre os Acordos de Minsk e arrasta as negociações de paz, enquanto a OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) desloca suas tropas e material para as fronteiras da Rússia.
As observações do presidente russo ocorrem em meio a uma atmosfera de tensões e temores sobre uma guerra na Ucrânia, enquanto a Rússia e o Ocidente acusam-se de promover operações militares na região.
Nas últimas semanas, Washington e seus aliados acusaram Moscou de puxar tropas para a fronteira com a Ucrânia.
A Rússia rejeitou as alegações, enquanto expressava preocupações próprias de que Kiev pode tentar resolver o conflito de Donbass, usando armas anti-tanque avançadas e drones fornecidos pelos EUA e pela Turquia.