Panorama internacional

EUA não reduzirão presença na Europa, mas podem discutir com Rússia temas de mísseis e exercícios

Em uma declaração, o Pentágono afirmou que o número de militares que os EUA têm no continente europeu não sofrerá uma diminuição, mas declara querer "um diálogo aberto, sincero e sério" com a Rússia.
Sputnik
Os EUA não pretendem reduzir sua presença militar na Europa, informou no sábado (8) John Kirby, porta-voz do Pentágono.
Vêm alguns relatos da [emissora] NBC News sobre as opções que os EUA estão considerando antes das conversações com a Rússia. Posso afirmar inequivocamente que não estamos contemplando cortes de tropas na Europa ou fingindo [realizar] mudanças lá. Também não vamos mudar os números de tropas no Báltico e Polônia.
Apesar disso, Washington pretende fazer propostas à Rússia sobre a implantação de mísseis e a abrangência das manobras militares na Europa, de acordo com o jornal The Washington Post (WP).
Uma das fontes citadas neste sábado (8) indica que os negociadores norte-americanos querem testar a prontidão da Rússia em resolver diplomaticamente a crise em torno da Ucrânia, pretendendo saber se o Kremlin discutirá seriamente a redução de tensões, ou se vai fazer exigências impossíveis como tática de adiamento.

"Nossa intenção é de ter um diálogo aberto, sincero e sério sobre a segurança europeia, com os russos à frente na mesa. Queremos ser inclusivos. Não queremos passar por cima de ninguém", afirmou Michael Carpenter, embaixador dos EUA na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, acrescentando que quer que Moscou explique todas as suas preocupações de segurança, sendo que Washington fará o mesmo.

Outros funcionários dos EUA teriam dito ao WP que não têm a certeza se Vladimir Putin, presidente da Rússia, planeja invadir a Ucrânia, ou se quer uma combinação de ações com o objetivo de obter concessões de segurança de Washington.

Negociações estratégicas Rússia-Ocidente

Delegações da Rússia e dos EUA deverão se encontrar na segunda-feira (10) em Genebra, Suíça, para discutir preocupações de segurança mútuas. Os EUA têm expressado apreensões por uma suposta mobilização militar russa em torno da Ucrânia, enquanto a Rússia quer discutir as ameaças militares vindas das forças da OTAN junto de suas fronteiras, incluindo na Ucrânia.
No final de 2021 o governo da Rússia entregou um projeto de acordo aos EUA e à OTAN, que pretende ser um pré-requisito para um diálogo positivo sobre a segurança europeia. As sugestões incluem a não colocação de armas nucleares nas proximidades dos territórios dos dois lados, e um fim à expansão da Aliança Atlântica para leste, o que faria com que os mísseis da OTAN ficassem a poucos minutos de atingir a capital russa.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica, rejeitou as demandas quanto à expansão, referindo que os países têm todo o direito de aderir à organização militar.
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