Ciência e sociedade

Especialistas chineses descobrem que estrelas podem se formar 10 vezes mais rápido do que imaginado

A descoberta foi feita após análises realizadas no FAST, o maior radiotelescópio do mundo, localizado na China.
Sputnik
Os pesquisadores usaram o megatelescópio para analisar o campo magnético dentro da nuvem molecular Lynds 1544, que fica na constelação de Touro, a cerca de 450 anos-luz da Terra.
A Lynds 1544 está à beira de se transformar em uma estrela, e os cientistas puderam registrar dados nunca antes vistos. Utilizando o radiotelescópio Arecibo, que parou de funcionar em 2020, pesquisadores conseguiram analisar o que acontecia na região mais densa e também na região menos densa de uma nuvem molecular prestes a se transformar em estrela.
China abrirá o FAST, o maior radiotelescópio do mundo, para cientistas de outros países
Ficou faltando analisar o que acontecia entre essas duas regiões, e foi exatamente o que os especialistas do FAST conseguiram fazer. A força magnética registrada é 13 vezes mais fraca do que as teorias previam.

"Se isso for comprovado em outras nuvens de gás, será revolucionário para a comunidade de formação de estrelas. [...] O artigo basicamente diz que a gravidade vence na nuvem: é aí que as estrelas começam a se formar, não no núcleo denso. Essa é uma afirmação impressionante", disse Paola Caselli, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, em entrevista à Science.

Os radiotelescópios

O icônico radiotelescópio de Arecibo, construído em 1963, foi utilizado para realizar estudos de radioastronomia, ciência atmosférica e astronomia. O colapso da estrutura começou com a ruptura de dois cabos principais que sustentavam o sistema, entre agosto e novembro de 2020. Esta deterioração fez com que outros cabos secundários, que precisaram suportar o peso de 900 toneladas de todo o sistema, fossem cedendo até seu colapso.
VÍDEO mostra momento exato em que radiotelescópio de Arecibo colapsa
O FAST foi inaugurado em maio de 2016. O seu diferencial é a capacidade de interceptar sinais que outros radiotelescópios não conseguem, possivelmente incluindo ondas de rádio geradas por extraterrestres. Por meio dele, a China já detectou alguns exoplanetas próximos ao nosso Sistema Solar que podem ser capazes de sustentar vida.
A equipe chinesa também planeja usar o telescópio para pesquisar formas de vida alienígena mais distantes, que podem estar usando tecnologia muito superior à nossa.
Comentar