Segundo a Spiegel, os comentários de Schonbach que levaram à sua renúncia aconteceram durante viagem à Índia. Falando no Instituto Manohar Parrikar de Estudos e Análises de Defesa, Schonbach fez declarações sobre o presidente russo Vladimir Putin.
O vice-almirante acredita que "o que ele [Putin] realmente quer é respeito" e acrescentou dizendo "meu Deus, dar respeito a alguém é de baixo custo, até mesmo sem custo [...] é fácil dar a ele o respeito que realmente exige, e provavelmente também merece."
Sobre os comentários de Schonbach relativos às relações Rússia-Ucrânia, estes acabaram criando um incidente diplomático.
"A península da Crimeia se foi. Nunca mais vai voltar, isso é um fato", disse ele.
A declaração contrasta fortemente com a posição tomada pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos e seus aliados. Sua posição oficial é que a incorporação da península da Crimeia à Rússia em 2014 foi inaceitável e deve ser revertida.
Os comentários levaram o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia a convocar a embaixadora da Alemanha na Ucrânia, Anka Feldhusen, para enfatizar "a inaceitabilidade categórica" de seus comentários.
Ainda neste sábado (22), o Ministério da Defesa em Berlim também se distanciou das observações de Schonbach.
O vice-almirante foi ao Twitter para se desculpar por suas declarações. Ele disse que a pergunta foi feita sem aviso prévio e que seus comentários eram sua opinião pessoal e não a posição oficial dos militares alemães.
Os comentários vieram em má hora. As tensões entre a Ucrânia e a Rússia tornaram-se intensas quando a Ucrânia e seus aliados passaram a alegar que a Rússia teria ocupado a fronteira russo-ucraniana com 100.000 soldados e a Alemanha recusou a fornecer armas à Ucrânia.