Nesta sexta-feira (28), o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente francês, Emmanuel Macron, realizaram uma chamada telefônica para dialogarem sobre a situação entre a Ucrânia, a OTAN e os EUA.
Putin disse a Macron que Washington e a Aliança Atlântica não consideraram as preocupações de Moscou, como a implantação de sistemas de ataque nas fronteiras e a iminente expansão da OTAN para o leste, ao responderem por escrito à Rússia.
"As respostas dos EUA e da OTAN ainda não consideram as principais preocupações da Rússia, como impedir a expansão da OTAN para o leste, abandonar a implantação de sistemas de ataque perto das fronteiras russas, bem como retroceder a capacidade militar e a infraestrutura do bloco na Europa para a posição de 1997, quando o Ato Fundador entre a Rússia e a OTAN foi assinado", diz a nota do Kremlin.
Ao mesmo tempo, Moscou declarou que o governo está analisando "cuidadosamente" os retornos por escrito da aliança e do país norte-americano enviados na quarta-feira (26).
"Vladimir Putin observou que o lado russo estudaria cuidadosamente as respostas escritas recebidas em 26 de janeiro dos Estados Unidos e da OTAN para redigir acordos sobre garantias de segurança, após [o estudo] decidirá sobre suas ações futuras", afirma o texto.
Os dois líderes também conversaram sobre o acordo nuclear do Irã, conhecido como Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês).
"Foi considerada a situação em torno do JCPOA sobre o programa nuclear iraniano. A proximidade das posições da Rússia e da França, que defendem ativamente a continuação dos esforços internacionais para preservar e implementar o JCPOA, [também foi discutida]. Bem como como foi observada a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que a aprovou", declarou Moscou.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também declarou ontem (27) que os EUA e a OTAN não responderam sobre o ponto mais delicado e apreensivo para Rússia, que está centralizado na expansão da aliança.
Além disso, Lavrov enfatizou que os EUA ignoraram conscientemente o princípio da indivisibilidade da segurança, quando a existência pacífica de um Estado não pode ser obtida através da criação de ameaças a outro.
Moscou já repetiu diversas vezes que não pretende invadir a Ucrânia e que tem todo o direito de movimentar tropas nacionais dentro do seu território. Especialistas também apontam que o alarde do Ocidente em torno de uma suposta invasão é "muito mais uma peça de propaganda dos EUA do que uma realidade".